O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro Lemes, vai fazer uma consulta jurídica na Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Almagro, há incertezas jurídicas em relação ao processo e é preciso garantir a proteção “dos direitos civis e políticos que fazem essencialmente o funcionamento da democracia”.
Entre as incertezas, o secretário-geral citou, nesta terça-feira (10), após encontro com Dilma, o fato de a presidenta ser acusada de crime ao autorizar decretos que foram corriqueiros em outros governos.
“Há argumentações de que os decretos haviam sido feito por antecessores por menos dinheiro e tempo. Esta gradualidade não existe em direito, em direito existe a tipificação. Não há gradualidade em roubo, não há uma diferença se é um ou cem. Isso vale para agravante ou atenuante, não quanto à tipificação de delitos”, afirmou.
Almagro também viu como “problema estrutural” a alta porcentagem de parlamentares envolvidos em investigações de corrupção que estão julgando o processo de impeachment.
“Isso gera um problema estrutural de cinismo quanto às decisões que tem que tomar quanto ao impeachment, o que foi visto no caso do presidente da Câmara dos Deputados”, destacou o secretário-geral da OEA.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto