Partido dos Trabalhadores

Luiz Soares: políticas para juventude são centrais na segurança

No Roda Viva, representante da coligação “O Povo Feliz de Novo” também destacou importância da redução de homicídios em debate sobre Segurança Pública

TV Cultura/Divulgação

Luiz Soares no Roda Viva

Nesta segunda-feira (3/9), o programa Roda Viva, da TV Cultura, promoveu debate sobre a temática da segurança pública com a participação de representantes das seis campanhas com mais intenções de voto para a presidência da república. O antropólogo Luiz Eduardo Soares, representante da coligação “O povo feliz de novo”, apresentou as propostas do plano de governo do PT sobre o tema, focadas especialmente na redução de homicídios e na promoção de políticas para as juventudes que previnam que os jovens em situação de vulnerabilidade social  sejam cooptados pelo crime organizado.

“Nosso foco tem que ser a redução dos homicídios,  que são uma verdadeira barbaridade. Em 2017, foram mais de 63 mil homicídios intencionais no país, e  por vezes acabamos  naturalizando isso”, disse Soares. O Plano Nacional de Redução de Homicídios é um dos 4 eixos da proposta para a segurança pública elaborada pelo PT.O combate ao genocídio da juventude negra é prioridade, uma vez que os dados apontam que 70 % das vítimas de homicídio no país são negras. “Há um verdadeiro genocídio da juventude negra em consequência do racismo estrutural que existe no Brasil. O caminho é disputar os jovens com o crime organizado, oferecendo a eles empregos e educação para valer”, afirmou o antropólogo.

Luiz Eduardo Soares lembrou que existem, no Brasil de 2018, 11 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que não trabalham nem estudam, que precisam voltar a ser foco de políticas públicas. “É preciso atrair esses jovens para o ensino médio, por exemplo”, disse o ex-secretários de segurança pública do Rio de Janeiro, em referência à proposta de uma nova reforma do ensino médio com participação social, defendida pelo PT.

Sobre a política encarceramento em massa que fez o Brasil chegar a ter a terceira maior população carcerária do mundo, Luiz Eduardo explicou que o fenômeno é fruto de uma série de razões, entre as quais as deficiências na investigação de crimes e no combate ao crime organizado. A maioria das prisões, segundo o especialista, é feita em flagrante, pelas polícias milites. “Quando nós prendemos somente em flagrante,  nós só prendemos envolvidos em uma gama reduzida de crimes, como envolvimento com o tráfico, por exemplo. Crimes como homicídios ficam de fora, na maioria das vezes, porque requerem investigação”. Apenas pouco mais de 13% dos encarcerados no Brasil respondem por homicídio, enquanto 29% responde por narcotráfico. “É problemático prender muita gente por crimes não violentos, porque isso, além de reproduzir o racismo e aprofundar as desigualdades sociais, ajuda a recrutar para o crime organizado que domina o sistema penitenciário. Essa é uma política que vitimiza sobretudo a juventude negra. “”, disse Soares.

Uma das propostas defendidas por Fernando Haddad, candidato a vice, é a federalização da investigação do crime organizado, de modo a possibilitar que as polícias civis estaduais se dediquem à investigação de crimes contra a vida.  Enfrentar a questão da segurança pública é liderar o processo de debate, investir na redução das desigualdades e em políticas de geração de emprego, renda e inclusão social, finalizou Soares.

Por Lula.com.br