O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu, em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, nesta quinta-feira (13), que está com ainda mais disposição para lutar contra as acusações infundadas contra ele.
Ao falar sobre o conteúdo das delações de executivos da Odebrecht divulgadas terça-feira (11), a partir de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lava Jato, Edson Fachin, Lula se disse “tranquilo” e informou que começou a preparação para o depoimento que prestará ao juiz Sérgio Moro, no dia 3 de maio.
O ex-presidente disse que está muito tranquilo devido à falta de provas em todas as acusações feitas contra ele. “Eles já estão com a tese pronta e querem apenas encontrar um conteúdo para colocar dentro. Estou muito tranquilo. Dia 3 vai ser uma grande oportunidade para eu ouvir as perguntas e questionamentos do qual sou vítima e para responder a verdade”, disse o ex-presidente.
Ele classificou como irreais e inverossímeis as acusações de Marcelo Odebrecht. “Por mais bobagem que seja, a pessoa tem que provar. Então estou muito tranquilo, porque continuo desafiando qualquer empresário brasileiro a dizer que um dia Lula pediu algum dinheiro. Hoje começo a me preparar para meu depoimento […] No dia que alguém provar algum erro meu, eu paro com a política”, respondeu ao repórter Mario Kertesz.
Lula disse que não tem medo de ser preso, já que para isso é preciso que existam provas, mas mostrou preocupação com algo maior: a continuidade do golpe. Para ele, a pretensão em torno da espetacularização da Operação Lava Jato e a perseguição sofrida por ele tem como pano de fundo uma elite que não quer a continuidade da distribuição de renda e dos programas sociais e busca desmantelar o que foi feito nos governos anteriores.
“Cada acusação dessa mexe com meu brio, minha honra e eu fico com mais disposição de brigar. Não nasci para parar no meio do caminho. Tenho consciência do que fiz nesse país, dos benefícios e fico triste de ver esse país afundando, o povo sofrendo sem emprego e ainda querem destruir a aposentadoria”, disse.
Fundo partidário e reforma politica
Para Lula, a sociedade está sendo induzida ao ódio, mas, apesar do caráter midiático e das ilegalidades promovidas pela Operação Lava Jato, ele comemorou o fortalecimento da Policia Federal, do Ministério Público Federal e a criação, promovida pelos governos do PT , de instrumentos que possibilitaram a prisão de corruptores no Brasil.
“Tudo isso significa que criamos instituições fortes. Tenho orgulho do que fizemos. Não poderiam fazer essas investigações se não fosse o governo do PT, desde a delação premiada até a autonomia do MP e a criação da Controladoria Geral. Jorge Hage e Valdir Pires foram quem criaram mecanismos de investigar a máquina do governo e fazer denúncias”, lembrou.
Por isso, segundo explicou Lula, ele defende também a contribuição pública para o fundo partidário. Para ele, esse seria mais um mecanismo para evitar a promiscuidade na relação entre a política e o empresariado. Ele defendeu uma reforma política profunda e que conte com a participação de toda sociedade.
“Quero ajudar construir um mundo democrático. Fora da política existe o fascismo, o nazismo. Tem que melhorar a classe política e agora, em 2018, isso pode mudar, pode eleger só gente boa, está na mão do povo”.
Assista a entrevista na integra:
Da Redação da Agência PT de Notícia