Partido dos Trabalhadores

Lula: “A democracia não é só o direito de votar, mas também ajudar a governar”

Em encontro com comunicadores e ativistas de comunidade em Belo Horizonte, presidente destaca papel da democracia participativa e da dignidade

Ricardo Stuckert

“Só tem uma razão para eu ter voltado a ser presidente: é fazer com que o povo mais pobre conquiste dignidade”, afirmou Lula

O presidente Lula esteve nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte (MG), para uma reunião com comunicadores e ativistas do Aglomerado da Serra, uma das maiores comunidades de Minas Gerais.

O encontro abriu espaço para que moradores compartilhassem experiências, desafios e conquistas, valorizando a cultura, a solidariedade e a organização comunitária como pilares da vida nas periferias brasileiras.

Ao lado das lideranças, Lula ressaltou que a democracia vai além das eleições e defendeu a participação popular como parte essencial da governança.

“A democracia não é só o direito de votar. É o direito de votar, mas também o direito de dar palpite, de fazer sugestão, de apresentar reivindicação, de ajudar a governar. Muitas vezes, quem sabe fazer as coisas não é o governo, são vocês”, afirmou o presidente.

Dignidade como prioridade

O presidente também destacou que o respeito e a cidadania passam por condições básicas de vida. Para ele, garantir o mínimo necessário é o que assegura dignidade à população.

“Só tem uma razão para eu ter voltado a ser presidente: é fazer com que o povo mais pobre conquiste dignidade. O povo deve ser respeitado, dignamente, trabalhando, comendo. O povo tem que ter direito ao mínimo necessário”, enfatizou.

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Políticas sociais para a periferia

Lula citou o programa Periferia Viva como exemplo das políticas voltadas à melhoria da vida nas comunidades.

A iniciativa envolve urbanização de favelas e loteamentos, saneamento básico, contenção de encostas, iluminação pública, melhorias habitacionais e regularização fundiária.

Em julho, o Novo PAC anunciou investimentos de R$ 4,67 bilhões para 49 comunidades de 32 municípios em 12 estados.

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Vozes do Aglomerado

No encontro, representantes locais destacaram a importância da cultura e o enfrentamento de desafios cotidianos.

O comunicador Kdu dos Anjos ressaltou que a cultura é alimento essencial e recordou a dificuldade de acesso ao gás durante a pandemia.

“A cultura é alimento farto, crítico e político. A gente precisa ter cultura no prato todo dia. Na pandemia, a gente distribuiu mais de 2 mil marmitas por dia e tinha muitas pessoas que pegavam a marmita não porque não tinham comida em casa, mas porque não tinham gás para cozinhar”, afirmou.

Cristiane Pereira, conhecida como Kika, líder comunitária, reforçou o apelo por mais apoio governamental.

“A gente lida aqui com as pessoas mais necessitadas todo dia, todo tempo, então são várias as necessidades. O presidente visita várias favelas e não tem nada diferente aqui, a nossa situação é a mesma, a gente precisa de investimento”, destacou.

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Gás do Povo

Durante a visita, Lula também anunciou o lançamento do Programa Gás do Povo, que vai garantir botijões de gás gratuitos para famílias de baixa renda.

A iniciativa atenderá cerca de 15,5 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda de até meio salário mínimo (R$ 759) por pessoa, com prioridade para os beneficiários do Bolsa Família.

Da Redação, com informações da Secom