“Eu sei que vou viver uma vida de muita luta daqui pra frente. Mas quem sabe que é inocente não tem medo de brigar”, diz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista na manhã de hoje (27) à TV 247. Lula concede entrevista enquanto o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), realiza, em Porto Alegre, julgamento do processo sobre o sítio de Atibaia.
O julgamento contraria requerimento da defesa do ex-presidente, que pleiteou o adiamento até que fosse julgado recursos que pede a anulação do processo, por ter sido iniciado de maneira parcial pelo então juiz Sergio Moro e resultado em uma condenação em primeira instância cuja sentença, aplicada pela juíza substituta Gabriela Hardt teria resultado de um “copia e cola”de sentença anterior do próprio Moro.
“Vou vencer cada processo contra mim desmascarando a mentira deles. Minha inocência está provada nos autos do processo. Eles não têm provas, o que eles têm é uma tese: a de que o Lula não pode ficar solto”, afirmou Lula, entrevistado por Leonardo Attuch, Tereza Cruvinel e Gustavo Conde.
O ex-presidente comenta o cenário latino-americano de guinada à direita em confronto com o funcionamento nas normas institucionais, e lembra que teve uma conduta republicana durante seus dois mandatos, inclusive na relação com as Forças Armadas. E critica a postura do bolsonarismo que ameaça com medidas de força contra críticos e opositores.
“Eles tem que saber que democracia não é um pacto de silêncio. O governante precisa tirar a cera do ouvido e ouvir. Eu ouvia. Só não ouvia o Bolsonaro porque ele tava quieto os oito anos do meu governo. Porque ele devia gostar. Ele sabe como investi nas Forças Armadas.”