Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 2, em Brasília, na sede do Gabinete de Transição, o presidente eleito Lula reafirmou o compromisso de fazer o país voltar a crescer. “Nós temos o compromisso de gerar empregos, de trabalhar para reduzir a inflação, de aumentar a produção de alimentos, principalmente dos alimentos básicos”, disse.
Lula também disse que vai fazer “o país voltar a sorrir, a trabalhar e viver com cidadãos livres, sem medo de milicianos, sem medo de ataques como a gente tem visto”. “Nós vamos consertar esse país. Em vim para esta Presidência com essa missão, e nós vamos cumprir essa missão”, afirmou.
“Com muito jeito, vamos mudar o país, aprovar a PEC, começar a governar do jeito que estamos acostumados”, declarou Lula. “Vou receber as informações, tabular as informações, e a partir delas, começar a fazer o tipo de governo que nós saberemos fazer”.
Lula destacou que fará “o melhor governo que já fizemos e, se Deus quiser, o melhor que o país já teve. Podem colocar muitas dificuldades, que nós ultrapassaremos todas elas”, afirmou.
Gleisi continua na presidência do PT
Na entrevista, Lula destacou a importância da continuidade da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) na presidência do Partido dos Trabalhadores. “O PT é um partido muito grande, muito importante, majoritário na montagem da governança dentro do Congresso Nacional”, destacou.
“É muito importante manter o PT se organizando, manter o PT se fortalecendo e tem outras pessoas que podem representá-la dignamente no governo, a começar pelo presidente da República. Então, o fato de eu ter dito para a Gleisi que ela não será ministra é o reconhecimento do papel que a Gleisi tem na organização política do PT no Brasil”, acrescentou.
PEC do Bolsa Família para investir no povo
Na entrevista, Lula defendeu a necessidade da aprovação da PEC do Bolsa Família. “Queremos a PEC porque precisamos investir em algumas coisas, precisamos retomar o Minha Casa, Minha Vida, precisamos colocar algum dinheiro no SUS. Temos coisas importantes, imprescindíveis para o povo brasileiro”, disse.
“Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento era o atual governo”, advertiu Lula. “O que ele está fazendo é tirando mais dinheiro, mais dinheiro da Saúde, mais dinheiro da Educação. Ou seja, me parece que eles querem deixar esse país a zero para a gente recomeçar a governar” afirmou Lula.
Lula disse esperar que o Congresso Nacional, Câmara e Senado, tenha sensibilidade e possam votar do jeito que nós queremos. Se precisar ter um acordo, nós também sabemos negociar”, completou.
Lula também reafirmou o compromisso de conceder aumento real ao salário mínimo. “Todo ano haverá aumento real do salário mínimo para os trabalhadores e para os aposentados. O crescimento do PIB será repartido entre a sociedade brasileira. A hora que o PIB crescer o povo receberá parte desse crescimento”.
“O que vai valer é quando eu falar”
Sobre a indicação de ministros, Lula disse já ter 80% dos nomes “na cabeça”, mas lembrou que tem até o dia 1º de janeiro, o dia da posse, para divulgá-los. “O que vai valer é quando eu falar, quando eu falar é definitivo”.
“Não escolhi ministro, estou em conversação com todas as forças políticas”, informou. Lula lembrou que se “governa com quem ganhou, com deputados e senadores eleitos. Tem que conversar com todos para construir as mudanças que precisamos no país”.
Lula também falou sobre as “bombas armadas” pelo atual governo, a exemplo do ocorrido com o “inchaço” eleitoral dos inscritos no Auxílio Brasil. “Nós não vamos deixar a bomba explodir. Vamos ter cadastro”, afirmando que aqueles que precisam de ajuda terão seus direitos assegurados.
Da Redação