O presidente Lula assegurou, nesta terça-feira (23), durante café com jornalistas, que em 2024 a economia brasileira crescerá “acima do que todos os analistas econômicos falaram até agora, todos, sem distinção”.
Segundo afirmou, essa perspectiva resulta de uma série de medidas adotadas pelo governo desde o ano passado, como a reconstrução de dezenas de políticas públicas e de investimentos que haviam sido abandonados.
“Porque as coisas estão acontecendo no Brasil. Eu posso desafiar vocês a estudarem o que aconteceu no Brasil nesses últimos 14 meses, e vocês vão constatar que nunca antes na história do Brasil houve uma quantidade de política de inclusão social colocada em prática”, pontuou.
“Plantamos a semente, adubamos, cobrimos a terra, estamos aguando e agora é para colher. E vou dizer para vocês que vocês ficarão surpresos com o que vai acontecer nesse Brasil”, acrescentou.
Acredita
Ao falar sobre as medidas governamentais que garantem um crescimento consistente da economia, Lula citou uma série delas, destacando, por exemplo, o Programa Acredita, um facilitador de crédito e de renegociação de dívidas para micro e pequenas empresas e os Microempreendedores Individuais (MEI), lançado na segunda-feira.
“Ontem nós anunciamos, sem dúvida nenhuma, o mais importante programa de crédito, de acesso a crédito, que já foi lançado nesse país em 500 anos de história”, disse.
“É a primeira oportunidade em que a gente está tornando real aquele famoso discurso que eu faço sempre. Muito dinheiro na mão de poucos é concentração de riqueza, e pouco dinheiro na mão de muitos é distribuição de riqueza”, acrescentou, reforçando a importância da circulação de dinheiro entre a população para o aquecimento da economia.
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“É preciso fazer com que o dinheiro circule na mão de muita gente para que um pequeno empreendedor vire um pequeno empregador. Para que esse empregado que foi contratado vire um consumidor. Esse consumidor, se ele consumir, ele vai gerar mais a possibilidade de mais um emprego, seja na indústria, seja no comércio, seja na agricultura”, sublinhou.
Lula citou também o sucesso do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas que tem reabilitado milhões de consumidores no país, com forte impacto no comércio e no setor produtivo.
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Além disso, o presidente destacou o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos e reafirmou o compromisso de, até 2026, ampliar para cinco mínimos.
Outro ponto destacado pelo presidente é o grande volume de investimentos que têm chegado ao país, de diversos setores da economia. Ele citou como exemplo o aporte de R$ 130 bilhões anunciado por empresas do setor automotivo, após o desastre do setor durante o governo passado.
Críticas aos juros
Lula voltou a criticar os altos patamares da taxa básica de juros (Selic), insistentemente mantidos pelo Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto. Segundo afirmou, essa política monetária contracionista favorece apenas os lucros dos especuladores do mercado, em detrimento do setor produtivo e das condições de vida do povo.
Lula abordou o assunto ao ser perguntado sobre as preocupações do mercado em relação à retomada dos investimentos federais, apontados pelos analistas como uma ameaça ao equilíbrio das contas públicas.
“Esse país é um país muito seguro, o que nós precisamos é que as pessoas preocupadas do mercado tenham responsabilidade com esse país. Esse país não pode ficar todo dia tomando susto de que o mercado não gostou disso ou não gostou daquilo. O mercado está ganhando muito dinheiro com essa taxa de juros, e tem que ficar claro para a sociedade”, disse Lula.
“E o presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros alta é o povo brasileiro, são os empresários brasileiros, que não conseguem ter dinheiro para investir. É isso que está em jogo”, acrescentou.
Lula disse ainda não ser “movido a mercado”, e sim às necessidades da população. “Eu sou movido ao povo pobre desse país, ao povo trabalhador, à classe média, que é quem paga imposto de renda”, enfatizou.
O presidente também questionou a mudança de postura do mercado, lembrando que não houve qualquer manifestação do setor em relação ao rombo orçamentário de R$ 300 bilhões deixado pelo governo Bolsonaro.
“E vocês viram o mercado falar alguma coisa? Não falou? Então, eu quero dizer pra vocês o seguinte: com todo o respeito ao mercado, eu gosto mais do Brasil do que o mercado. Eu quero mais bem ao futuro desse país do que o mercado. E o meu papel é fazer as coisas para que 203 milhões de brasileiros possam levantar todo dia de manhã, almoçar, tomar café, jantar, estudar”, disse.
Quanto à relação com o presidente do Banco Central, Lula afirmou ter “toda a paciência do mundo” para esperar até dezembro, quando o bolsonarista deixará o cargo.
Da Redação