O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista nesta quarta-feira (14) à Rádio Difusora FM do Maranhão quando defendeu a realização de eleições diretas em 2017. A íntegra da conversa está dividia em quatro partes e disponível ao fim deste texto.
Além de se posicionar a favor da antecipação do pleito, Lula falou ainda sobre a necessidade de promover mudanças no sistema de indicação dos ministros do Supremo Tribunal Federal e criticou as reformas trabalhista e da previdência promovidas pelo governo golpista.
“As pessoas estão órfãs, com um governo ilegal que é fruto de um golpe e que não representa os anseios da população. Por isso, tínhamos que ter diretas para que o povo possa livremente escolher um novo Congresso, um novo presidente, e para que o Brasil voltasse a ter a possibilidade de sonhar, de ter esperança e acreditar que podemos construir um mundo melhor”, disse Lula.
Questionado pelo jornalista Robson Júnior sobre suas pretensões para 2018, ele retomou a pauta das Diretas Já. “O ano de 2018 é importante para Brasil. Eu gostaria que antecipassem eleições para o povo não ficar esperando até ano que vem, mas para isso precisa fazer o impeachment do Temer, aprovar a PEC. Se nada disso acontecer, a eleição vai se dar em 2018.”
O jornalista perguntou ao ex-presidente sobre suas preocupações em torno do pedido de condenação feito pelo MPF em suas alegações finais no processo da Operação Lava Jato. O ex-presidente, mais uma vez, disse estar tranquilo devido à falta de provas do processo.
“Nesse momento eu estou muito mais preocupado é com o sofrimento dos 14 milhões de desempregados brasileiros, com as reformas trabalhista, terceirização, do que efetivamente com o meu problema pessoal. O meu é muito pequeno diante dos problemas que atingem milhões de brasileiros que vivem essa incerteza muito grande.”
Lula lamentou a situação em que as instituições se encontram e como isso afeta a vida do brasileiro. Para ele, as reformas promovidas pelo governo federal são extremamente danosas para o futuro da população.
“A reforma trabalhista é do mal. Quando você fala em reforma, você pensa em adequação, adaptação ao século XXI. O que o eles estão fazendo é demolir os direitos que os trabalhadores conquistaram. Vai virar um acordo leonino em que só o empresário vai ganhar e o trabalhador não.”
Para Lula, a reforma deveria ser pensada em uma mesa de negociação que envolvesse governo, trabalhador e empresariado.
Suprema Corte
O jornalista perguntou ao ex-presidente sua opinião sobre as indicações dos ministros do STF feitas por presidentes da República. Por ter sido o presidente que mais indicou ministros, Lula deu sua opinião a respeito da necessidade de repensar a maneira como as nomeações são feitas.
“O fato de um presidente indicar um ministro não quer dizer que ele tenha poder sobre ele, até porque quando ele veste a toga, ele defende a Constituição. Mas acho que o critério está errado, temos que pensar em um colegiado, se vai ter mandato ou não. Porque colocar lá um ministro aos 35 anos para ficar até os 75 é um assunto que precisamos discutir. Precisamos aperfeiçoar o sistema democrático brasileiro.”
Assista à íntegra da entrevista dividida em quatro trechos:
Da Redação da Agência PT de Notícias