Ao participar, nesta quinta-feira (28), de evento na sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em Brasília, ao lado de Geraldo Alckmin, Lula assegurou que, caso vença as eleições deste ano, o país contará com um presidente e um vice-presidente absolutamente comprometidos com o desenvolvimento econômico e o fortalecimento da indústria e da infraestrutura nacionais.
“Pela primeira vez, vocês têm a possibilidade de ter dirigindo este país duas das mais belas experiências de administração. Um homem que administrou o estado mais rico e mais populoso da nação por 16 anos junto com um presidente que teve o privilégio de viver o melhor momento de crescimento e de inclusão social deste país. Essas duas experiências estão se juntando”, disse (assista à integra no vídeo abaixo).
Segundo Lula, quando se uniram para formar uma chapa, ele e Alckmin mostraram que estão dispostos a não cometer erros e a não excluir ninguém da discussão, da elaboração e da execução dos projetos necessários para o país.
Lula lamentou que o Brasil tenha regredido nos últimos anos, o que afetou fortemente a indústria nacional, que já representou 30% do PIB nacional e hoje corre o risco de representar menos que 10%. Outro exemplo de retrocesso ocorreu com o setor automobilístico, cuja participação no PIB industrial caiu de 23% para cerca de 7%.
“Como pode um país que tem 220 milhões de habitantes, que tem fronteira com quase todos os países da América do Sul, com potencial extraordinário de exportar para essas regiões manufaturados, produtos com valor agregado, que tem o continente africano à inteira disposição, ficar paralisado?”, indagou.
Outro ponto que ele e Alckmin estão dispostos a enfrentar para que o Brasil volte a crescer são os entraves tributários. Lula lamentou a dificuldade que o país tem para resolver a questão.
“Quem sabe a gente não pega os pontos principais e, ponto por ponto, a gente consiga fazer um modelo de tributação que atenda a todos, tanto a quem produz quanto a quem consome? Para que a gente deixe de utilizar a política tributária como pretexto para a gente não fazer as coisas”, propôs Lula.
Governo deve estabilizar o país
Lula prometeu, caso seja eleito, trazer de volta para a administração pública três palavras que ele considera mágicas: credibilidade, estabilidade e previsibilidade. Com isso, o Brasil voltará à normalidade interna e recuperará prestígio internacional, o que é fundamental para os negócios.
“Temos, inclusive, que colocar o Brasil como solução para quem está em crise. A China está em crise com os Estados Unidos? Vamos nos colocar à disposição da China. E nos colocar à disposição dos Estados Unidos. Para que a gente produza e escoe essa produção, e para que a gente possa transformar este país”, defendeu.
Por fim, Lula defendeu que, no processo de crescimento, o Estado tem um papel preponderante. “Não defendo um estado empresário, mas um Estado indutor. Se nós quisermos fazer com que este país tenha a infraestrutura de que ele precisa para dar o salto de qualidade com que todos nós sonhamos, nós temos que fazer o dinheiro aparecer. E o dinheiro existe. O problema é que tesoureiro burocrata adora dizer que tem dinheiro em caixa.”
Na visão do ex-presidente, de nada adianta um Estado com dinheiro em caixa e que deixa o país empobrecido. “Dinheiro em caixa é bom transformado em obra, em rodovia, ferrovia, portos e aeroportos, transformado em empregos. Esse que é o caixa bom e é isso que nós vamos fazer neste país”, concluiu.
Alckmin: “O Brasil vai voltar a crescer”
Antes de Lula, falaram o presidente do sistema CNT, Vander Costa; o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloisio Mercadante; e o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, que apresentou o estudo ‘O transporte move o Brasil: Propostas da CNT ao País’, entregue a Lula e Alckmin.
O ex-governador de São Paulo elogiou o documento e ressaltou a importância da sociedade civil se organizar em torno de entidades como a CNT para pensar o desenvolvimento do Brasil.
“Eu não tenho dúvida, o Brasil vai voltar a crescer, e esse setor estratégico do desenvolvimento brasileiro terá um papel central, será o motor desse desenvolvimento”, previu Alckmin.
Da Redação