O velório do assessor especial para assuntos internacionais dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta eleita Dilma Rousseff, Marco Aurélio Garcia, foi marcado pela presença dos ex-presidentes, além de parlamentares e lideranças do partido. A homenagem foi realizada nesta sexta-feira (21) no Hall Monumental da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O velório acontecerá até a meia-noite e depois o corpo será cremado.
Garcia era professor aposentado do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e historicamente vinculado à esquerda nacional. Foi um importante líder na construção e execução da política externa brasileira, em especial da integração da América Latina.
Além de Lula e Dilma, prestaram-lhe homenagens outras pessoas como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias; o vice-presidente do PT, Alexandre Padilha; o presidente do PT-SP, Luiz Marinho; o ex-ministro Celso Amorim; o vereador Eduardo Suplicy; o deputado Alencar Santana; o vice-presidente do PT, Paulo Teixeira; Valter Pomar, Joaquim Soriano; o ex-presidente do PT Rui Falcão, entre outros.
Gleisi Hoffmann afirmou que um dos grandes legados de Marco Aurélio deixa é a política externa dos governos petistas. “Se nós conseguimos desenvolver nos governos Lula e Dilma, uma política externa ativa e altiva, nós devemos muito ao Marco Aurélio, que trabalhou pari passu com o Itamaraty, com outros companheiros, mas ele desde o início do PT se dedicou a isso”.
“Ele sabia da importância não só para o PT, mas para o Brasil, de ter essa relação diferenciada com o mundo e principalmente com os países latino-americanos. Marco Aurélio tinha uma visão muito clara da importância da união dos países latino-americanos, da integração, da força que isso daria da nossa região para o mundo”.
“Então, nós devemos muito disso ao Marco Aurélio, além é claro, da sua capacidade intelectual, das análises que fazia. Nos momentos difíceis, era uma pessoa a qual a gente sempre recorria, tinha capacidade de olhar além do momento, além da conjuntura. Para nós é uma perda muito grande, principalmente no momento difícil que estamos no país, na política, de reposicionamento do PT, vai fazer muita falta”.
O ex-presidente do PT, Rui Falcão, destacou que Marco Aurélio, “além de fundador do PT, além de trazer toda a tradição da esquerda para o PT, a visão internacionalista, a ideia do socialismo democrático, a compreensão dos grandes problemas do país, a sua atuação no Ministério das Relações Exteriores, ajudou a implementar o internacionalismo na prática”.
“A sua contribuição teórica nos congressos do PT, inclusive agora mais recente que foi a convocatória do 6º Congresso do PT que ele escreveu, e sua participação na comissão de teses do 6º Congresso, um intelectual brilhante, um militante exemplar, um amigo querido que nos deixa agora com muito sentimento”.
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, destacou que Marco Aurélio foi uma pessoa que só deixou amigos na vida. “Uma pessoa ilustrada, com conhecimento geral e sobretudo da América Latina como nunca vi, uma pessoa que sempre esteve disponível para os trabalhadores, qualquer projeto, era pau para toda obra, de uma delicadeza, uma educação com todo mundo, de uma ironia fina”.
“Em momentos difíceis ele sempre tinha uma palavra de conforto para os amigos, não tem como não reconhecer a perda que nós temos hoje. É uma perda grande, vai deixar muita saudade, uma figura extraordinária. Das pessoas mais incríveis que conheci na vida”.
Alexandre Padilha afirmou que não dá para pensar o PT e a referência do partido para a América Latina sem pensar o Marco Aurélio Garcia. “Depois que ele assumiu a secretaria de relações internacionais do PT ele ajudou a construir o papel eu o PT teve de referência para a esquerda no mundo e depois no governo do presidente Lula, da presidenta Dilma, como assessor de relações internacionais”.
Padilha também afirmou que Marco Aurélio foi decisivo em quase todas as negociações internacionais, fosse com vizinhos da América Latina, fosse com a África ou com a Europa.
“A outra coisa é que a gente perde uma figura de humor precioso. O Marco Aurélio sabia ter uma piada a todo o momento, desmontar qualquer ambiente de seriedade, de rigidez. Além de perder um grande pensador, alguém que ajudou a construir uma política externa vigorosa, a gente perde também um grande amigo”.
Para ex-ministro da defesa e das relações exteriores Celso Amorim, “como assessor do presidente Lula e da presidenta Dilma, ele foi de fundamental importância porque tinha uma grande acuidade política, era um grande analista, e estar com o Marco Aurélio, ter a parceria do Marco Aurélio na condução dessa política que chamei de altiva e ativa, foi um privilégio pessoal do qual sempre me lembrarei”.
Da Redação da Agência PT de Notícias