O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (11), em evento na Espanha, o processo de impeachment aberto contra a presidenta Dilma Rousseff. Para ele, trata-se de uma reação “desesperada” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Não há base legal ou jurídica para o impeachment de Dilma. Trata-se de um ataque moral à democracia”, declarou durante o debate “El desafio de los emergentes”, promovido pelo jornal espanhol El País, com o ex-presidente do governo espanhol Felipe González.
Lula lembrou também que alguns articulistas apontam que tudo isso estaria sendo feito para evitar sua volta em 2018.
Na ocasião, os dois ex-chefes de estado comentaram a situação política no Brasil. Sobre a relação entre crises políticas e econômicas, González apontou que “se as decisões do governo são bloqueadas durante uma crise, ela dura mais”.
González defendeu que empresários espanhóis continuem investindo no Brasil e na América Latina, mesmo diante de um cenário momentâneo de retração econômica.
“Os empresários espanhóis tem que aproveitar esse momento de dificuldade para ajudar e investir em Brasil e na América Latina. Porque as perspectivas a médio prazo são mais consistentes do que na velha Europa”, declarou.
Lula reforçou que os empresários que investirem no Brasil em dois anos irão agradecê-lo. “O Brasil é um país com enorme vontade de se desenvolver”, disse. González também apontou o risco do “governo de juízes” não só no Brasil. Para o espanhol, “quando se judicializa a política, acaba por se politizar a justiça”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do “Instituto Lula”