O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a participação no Estado na economia como instrumento de desenvolvimento econômico e social. No encerramento do seminário Reconstruir e Transformar o Brasil, realizado pelo Partido dos Trabalhadores e a Fundação Perseu Abramo, Lula denunciou o retrocesso que o país experimenta pela ação lesiva do governo. “É possível reconstruir e transformar o Brasil”, declarou.
Lula denunciou a destruição do Estado brasileiro promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de submeter o país a uma situação vexatória e indigna, desrespeitando os interesses nacionais e colocando a Nação numa situação de completa submissão aos Estados Unidos. Lula denunciou a entrega da Petrobrás, vendida aos pedaços, enquanto o país passa a ser importador de derivados de petróleo.
“Começaram a vender a ideia de que para acabar com a corrupção na Petrobrás, nós temos que entregar o pré-sal, entregar nossas refinarias e nossas distribuidoras”, condenou o líder brasileiro. “Agora, nós importamos etanol de milho dos Estados Unidos. É uma situação de subserviência jamais vista na história do Brasil”. E continuou: “A palavra é essa: subserviência. E feita por uma elite que merece um nome pela qual é historicamente consagrada: é um bando de vira-latas na relação com os Estados Unidos”. Segundo Lula, ninguém respeita quem não se respeita.
Indignado, o ex-presidente denunciou que amplos setores da sociedade brasileira, incluindo a elite e parte da mídia, faz o jogo contra os interesses do próprio país. “Assistimos todos os dias à construção de uma história – em todas as emissoras de televisão e jornais – que é preciso privatizar, que é preciso vender a Petrobrás, os bancos, a Eletrobrás, tudo em nome de recuperar uma economia que eles destruíram”, denunciou Lula. “Não é possível resolver o problema da queda do PIB, diminuindo gastos públicos. A gente resolve a questão da dívida pública, aumentando o crescimento econômico”.
O ex-presidente denunciou o desmonte do Estado em nome dos interesses do sistema financeiro. “Essa gente nunca teve preocupação com a dívida social com os pobres deste país, que se acumula desde que [Pedro Álvares] Cabral aqui colocou os pés”, ressaltou. Lula disse que não existe nenhum esboço de plano dentro do governo Bolsonaro de política industrial, redução da desigualdade ou desenvolvimento econômico com justiça social. “E muito menos geração de emprego”, destacou.
Da Redação