A desigualdade do acesso mundial às vacinas contra a Covid-19 esteve no centro de uma entrevista concedida pelo ex-presidente Lula à CNN americana, nesta quarta-feira (17). Na conversa com a âncora Christiane Amanpour, Lula pediu para o presidente Joe Biden convocar o G-20 para debater um plano que permita o acesso de todos os países aos imunizantes produzidos no planeta. A entrevista completa será exibida nesta quinta-feira (08).
No trecho liberado por Amapour, Lula citou como exemplo as vacinas excedentes em poder do governo americano, que poderiam ser distribuídas aos países pobres.
“Uma sugestão que gostaria de fazer ao presidente Biden no seu programa é que é muito importante convocar uma reunião do G20 com urgência”, pediu Lula. “É importante chamar as principais lideranças do mundo e colocar em volta da mesa uma só coisa, uma questão. Vacina, vacina e vacina”, argumentou.
Lula chamou a atenção para a enorme responsabilidade dos líderes mundiais e disse que faz o pedido ao presidente americano porque não acredita na capacidade do governo brasileiro. Além disso, não poderia apelar para Donald Trump. “Mas Biden é um alento para a democracia no mundo”, justificou o ex-presidente.
Lula lembrou da desastrosa atuação de Bolsonaro na pandemia – “muitas mortes poderiam ter sido evitadas” – e condenou a falta de vacinas no país. A CNN recuperou trechos do histórico discurso de Lula na semana passada, em São Bernardo do Campo, quando Lula aconselhou a população “não seguir qualquer decisão imbecil do presidente e do ministro da Saúde”.
Prioridade é salvar o país
Lula reiterou que o foco não deve ser discutir as eleições de 2022 e sim ajudar o Brasil a sair da profunda crise em que se encontra.
“Quando chegar o momento de concorrer às eleições, e se meu partido e os demais partidos aliados entenderem que eu posso ser o candidato, e se estiver bem, com saúde e a energia que tenho hoje, não vou negar o convite, mas não quero falar sobre isso”, ressaltou Lula.
“Essa não é a minha principal prioridade. Minha prioridade agora é salvar este país”.
Da Redação, com informações de CNN