O presidente Lula reafirmou que não faltarão recursos para socorrer o Rio Grande do Sul e anunciou que os ministérios já começaram a liberar verbas emergenciais para o estado, afetado por fortes chuvas – ao todo, foi liberado um montante de R$ 1,6 bilhões, entre emendas parlamentares, recursos para auxílio social, aquisição de alimentos, garantia de energia, entre outras iniciativas. Lula disse também que, a partir desta terça-feira (7), o governo estadual e os prefeitos já podem cadastrar suas demandas no sistema federal.
“Podem cadastrar pedidos para escolas, creches, unidades de saúde, hospitais, recuperação de equipamentos, é só cadastrar que vai começar a acontecer imediatamente, para atendimento do povo”, afirmou Lula, na manhã de hoje, no programa “Bom Dia, Presidente”, produzido pela EBC em parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
Lula respondeu a perguntas de jornalistas de emissoras de rádio de diferentes estados. Estava acompanhado dos ministros da Secom, Paulo Pimenta, e da Casa Civil, Rui Costa.
“O governo federal vai fazer tudo, tudo, tudo para recuperar o estado do Rio Grande do Sul. Porque não é só o povo do Rio Grande do Sul que precisa do estado recuperado, o Brasil precisa do Rio Grande do Sul recuperado”, disse Lula.
O presidente acrescentou que entre as prioridades do governo federal está a recuperação de rodovias federais e das estaduais. “Eu disse para o governador que a gente tem intenção de ajudar também nas estradas estaduais”, afirmou.
Lula disse ainda que pedirá que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre em contato com o governador Eduardo Leite para convidá-lo a vir a Brasília para uma atualização das necessidades do estado.
União nacional
Lula também destacou a importância da participação de outros Poderes nesse esforço para que os recursos sejam liberados com agilidade e sem burocracia.
No domingo (5), quando viajou ao Rio Grande do Sul pela segunda vez para acompanhar de perto a situação do estado, Lula levou os presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
“O que eu posso garantir é que há 100% de vontade da Câmara, 100% de vontade do Senado, 100% de vontade do Tribunal de Contas e do Poder Judiciário, para que a gente facilite ao máximo possível os recursos”, enfatizou, destacando ainda a importante participação dos voluntários no socorro ao estado.
Lula falou também sobre a mensagem que enviou ao Congresso Nacional na segunda-feira (6) para que o governo federal possa ter agilidade na liberação de recursos dos ministérios ao Rio Grande do Sul
“O Ministério da Saúde pode liberar recursos, o Ministério da Integração Nacional pode liberar recursos e vários ministérios podem liberar. O Ministério da Educação vai liberando recursos de acordo com as necessidades fundamentais que é colocar crianças na escola, colocar as pessoas no hospital, a compra de remédio, a compra de combustível, a compra da água, a compra de comida. Esse dinheiro vai saindo sem muita burocracia”, pontuou.
Fake news
Durante a entrevista, o presidente lamentou que, nesse momento dramático enfrentado pelo Rio Grande do Sul, muitas mentiras estejam sendo disseminadas para desmerecer o forte trabalho desenvolvido pelo governo federal em socorro à população do estado.
“Estão desmerecendo as pessoas que estão trabalhando, porque a quantidade de pessoas que estão trabalhando, não apenas das Forças Armadas, mas da Polícia Militar, da Polícia Científica. O que mais me apaixona é a quantidade de gente no Brasil inteiro preocupado em ajudar o Rio Grande do Sul”, afirmou.
Nesse sentido, ele fez comparações com o descaso demonstrado por Jair Bolsonaro frente às tragédias naturais que aconteceram durante o governo passado. “Eu lembro que quando teve a cheia na Bahia, em 2022, o presidente da República estava passeando de jet-ski no verão de Fernando de Noronha e não se preocupou”, disse.
Lula atribuiu essa avalanche de mentiras à “falta de argumento” dos opositores para contestar as ações desenvolvidas pelo seu governo. “Eu digo todo santo dia: um país que tem os seres humanos com a bondade que tem o Brasil não merecia essa indústria de fake news mentirosa, eu diria até canalha, que vive contando mentira, vive deturpando falas”, disse.
“Um país não pode ir pra frente desse jeito. É preciso que as pessoas tenham bom senso. É preciso que as pessoas não sejam levianas. A situação do Rio Grande do Sul é muito delicada”, acrescentou.