Partido dos Trabalhadores

Lula: “Eu me sinto como se tivesse ganho seis medalhas do ouro”

Presidente celebrou adesão de quase 100% dos municípios à 18ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e defendeu condições iguais a estudantes para construção de país mais justo

Ricardo Stuckert

O presidente Lula viajou ao Rio Janeiro, nesta terça-feira (11), para participar da cerimônia de premiação da 18ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), evento realizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Trata-se da maior competição científica do Brasil, reunindo 38 milhões de alunos de mais de 55 mil escolas. Em discurso, Lula enfatizou o poder da educação no processo de construção de um país mais justo e defendeu igualdade de condições a todos os estudantes.

“Havia muita descrença, e há muita descrença ainda, na qualidade da escola pública. E a gente queria provar que não tem um jovem mais inteligente porque o pai dele tem mais dinheiro, porque a família dele tem mais posse do que um cara que é mais pobre. Não. Todo mundo tem inteligência suficiente para isso. Todo mundo”, defendeu o presidente, antes de citar a preocupação do educador Paulo Freire com a alimentação dos jovens.

“Obviamente que uma criança que passa fome, que não consegue comer as calorias e as proteínas na idade certa, essa criança poderá ter uma deficiência se comparada a outras crianças que comeram bem”, completou.

Falando à plateia presente no centro de convenções do Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, Lula lembrou aos estudantes que o principal afã dos responsáveis pela educação deles é vê-los bem formados e com o futuro encaminhado.

“O pai ou a mãe de vocês, o avô ou a avó que criaram vocês, ou a irmã ou uma tia de vocês (…) O maior sonho deles em deixar alguma coisa não é uma herança, não é uma casa, não é um carro. Pode ter certeza que o maior sonho do pai de vocês e da mãe é deixar vocês com uma boa formação acadêmica, com uma boa formação profissional, para vocês poderem constituir família e ajudar esse país a sair da pequenez a que foi submetido.”

Compromisso com a educação

Durante a cerimônia, o presidente Lula assinou decreto criando o programa Mais Ciência na Escola, que promove experiências científicas e o uso de tecnologias na educação básica. O governo federal vai investir R$ 100 milhões na criação de 1 mil laboratórios nas unidades de ensino situadas em locais de alta vulnerabilidade social. O objeto é dar vazão às ideias dos alunos, além de prospectar novos talentos para a ciência.

O programa é fruto da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC). A execução ficará a cargo do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Mais Ciência na Escola faz parte da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas e do programa Escola em Tempo Integral.

“A juventude tem sede de ciência. Uma pesquisa do INCT Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia com jovens de todo país mostrou que eles valorizam a ciência, mas sentem-se distantes dela e são mais vulneráveis a fake news. Por isso, é urgente fazer algo a respeito”, explicou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB-PE), na presença do presidente do CNPq, Ricardo Galvão.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), foi elogiado por Lula por conta dos bons resultados alcançados pelo Ceará – estado governado pelo hoje titular do MEC – na 18ª Obmep e na avaliação do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb). Camilo reafirmou o compromisso do governo federal com a educação brasileira. “A escola pública do Brasil tem que ser a melhor escola desse país”, ressaltou.

“Senhor presidente, tenho muita honra de fazer parte hoje da sua equipe, em um daqueles que eu considero dos mais importantes ministérios de uma nação. Porque só a educação transforma, só a educação liberta. A partir do momento que o senhor assumiu, nesse terceiro mandato como presidente da República, o senhor tem reconstruído o Ministério da Educação”, aplaudiu Camilo.

Obmep

Além dos recursos provenientes do MEC e do MCTI, a Obmep tem também o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A Olimpíada de Matemática foi criada em 2005, durante o primeiro governo Lula, visando estimular o estudo da ciência exata e identificar talentos.

A Obmep pretende contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, incentivar o aperfeiçoamento dos professores, favorecer a integração das escolas brasileiras com as universidades públicas e promover a inclusão social.

Da Redação, com MEC, MCTI, CNPq, Obmep