Partido dos Trabalhadores

Lula pede liberdade de Assange, cuja extradição pode ser decidida nesta segunda (20)

Processo de jornalista do WikiLeaks está nas mãos do Tribunal de Londres. Para Lula, Assange “está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade”

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O jornalista Julian Assange está preso no Reino Unido e pode ser extraditado para os EUA

Um dia antes do julgamento do processo que pode culminar com a extradição de Julian Assange, nesta segunda-feira (20), o presidente Lula voltou a se manifestar pela liberdade do jornalista. No domingo (19), por suas redes sociais, Lula condenou o silêncio hipócrita da mídia ocidental, que assistiu a prisão injusta do jornalista por ter revelado “segredos do poderosos”, como apontou o presidente.

“Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso está preso há 5 anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de expressão”, lamentou o presidente. “Espero que a perseguição contra Assange termine e ele volte a ter a liberdade que merece o mais rápido possível”.

Pelo X, a presidenta do PT Gleisi Hoffmann também se manifestou pela liberdade de Assange. “Como já disse o presidente Lula, Assange mereceria um prêmio e não prisão, diante gravíssimos fatos que expôs: as mentiras do governo estadunidense que levaram às invasões do Iraque e do Afeganistão, a espionagem da CIA contra empresas e presidentes de outros países, incluindo Dilma Rousseff e a Petrobrás, e outros crimes do sistema militar e de espionagem dos EUA”, elencou Gleisi.

“Já são 14 anos de luta contra a vingança, pela liberdade de imprensa e pelo direito à verdade. Seguiremos apoiando Assange até o fim da injustiça e da perseguição”, defendeu a petista.

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Governo de Dilma foi espionado

Assange é acusado pelos Estados Unidos de espionagem, em um processo de 18 acusações baseadas na Lei de Espionagem americana. Se condenado, ele poderá pegar 175 anos de prisão.

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O jornalista tornou-se mundialmente conhecido a partir de 2009, quando desencadeou a revelação de 250 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais que apontavam para crimes de guerra e abusos de direitos humanos ocorridos durante as guerras do Afeganistão e do Iraque.

Posteriormente, em 2015, novos documentos revelaram que o governo americano grampeou a então presidenta Dilma Rousseff. “A GloboNews, em parceria com a publicação online “The Intercept”, divulgou, simultaneamente com o WikiLeaks, a relação de alvos brasileiros da NSA (Agência Nacional de Segurança)”, destacava o site do G1, em julho daquele ano.

“O telefone via satélite Inmarsat instalado no avião presidencial, com o qual Dilma se comunica com o mundo quando está a bordo da aeronave, é um dos 29 números grampeados pela NSA. Os números telefônicos foram monitorados no início da gestão Dilma”, revelou o site de notícias.

O pedido de extradição de Assange tem criticado por organizações de jornalistas e entidades de direitos humanos.

“As acusações com motivação política representam um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa e ao direito do público à informação – procurando criminalizar a atividade jornalística básica”, destaca a campanha FreeAssange, liderada pela esposa do jornalista, Stella Assange.

Da Redação, com Agência Brasil