O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS) disse em entrevista ao Jornal PT Brasil, da TvPT, desta terça-feira (13), que o presidente Lula determinou, a partir da reunião interministerial de ontem à noite, que sejam priorizadas políticas públicas do governo federal para o socorro às vítimas e às forças de segurança de várias cidades atingidas nos últimos dias por temporais e ciclone no Rio Grande do Sul.
Segundo o deputado federal, a tragédia causada por fortes temporais no Rio Grande do Sul é resultado não de “vingança da natureza”, mas sim das consequências climáticas causadas pela interferência humana sobre o meio ambiente.
“Eu disse ontem no plenário [da Câmara] que a natureza não é vingativa, a natureza é bondosa. É a agressão da humanidade sobre a natureza que traz consequências. Tenho certeza de que boa parte do que sofremos é por essa agressão”, afirmou.
O Rio Grande do Sul permanece em estado de alerta para fortes temporais e ocorrência de ciclone nas próximas horas. Nesta terça-feira (12) à noite, em reunião interministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou novas medidas de ajuda às vítimas das fortes chuvas. Ao todo, o governo federal destinou mais R$ 1,6 bilhão de ajuda à população e para assistência aos municípios atingidos .
Desse total, R$ 1 bilhão será via linha de crédito do BNDES para recuperação das economias dos municípios atingidos pelo desastre e R$ 600 milhões serão liberados do FGTS para 354 mil trabalhadores da região que não têm o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Bohn Gass disse que o governo Lula também deu prioridade às famílias em programas sociais do governo, como o Minha Casa, Minha Vida, para aluguel de moradias.
“Vai ter todo um processo de priorização das políticas públicas do governo federal para esses municípios que tiveram essas centralidades. Então, eu quero dizer que há uma preocupação e uma preocupação realmente importante do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin, dos ministros, da transversalidade de todas as áreas dos ministérios que têm a ver com políticas públicas que podem ajudar as ações humanitárias e a restauração da confiança”, afirmou. “Aliás, a palavra certa é essa, unir e reconstruir.”
O deputado falou também sobre ações preventivas e citou como exemplo o trabalho como relator do PPA (Plano Plurianual) na Câmara dos Deputados, com o planejamento de ações do governo federal para os próximos quatro anos.
“Tem mais de R$ 30 bilhões para o próximo período alocados no PPA para a questão do enfrentamento das emergências climáticas, dentro [deste valor] estão todos os processos de educação, de pesquisa, de alertas, de prevenções, de recomposições, por exemplo , de matas ciliares, de todo o processo que tem a ver com a defesa protetiva que deve ser feita”, comentou.
Segundo o parlamentar, após a tragédia no Rio Grande do Sul e em países como a Líbia, também foram atingidas chuvas intensas, e Marrocos, tesouro de coleta, a questão climática ganha ainda mais relevância na discussão do PPA.
“Então, como relator, vou me debruçar sobre a preocupação climática, para aprofundar, ouvir técnicos, especialistas e ir na região, inclusive, para ouvir as pessoas, saber se as medidas que foram empregadas úteis, que a desburocratização precisa ser feita, que a agilidade precisa ser feita, que outras atividades precisam ser feitas. Quero ouvir as pessoas que vivem nesse drama. Então, essa vai ser a minha tarefa como relator do PPA”, disse Bohn Gass.
Notícias falsas
O deputado federal fez um desabafo contra as fake news divulgadas por bolsonaristas extremistas contra o presidente Lula. “Os bolsonaristas tentam usar a situação de tragédia, da dificuldade que as pessoas estão vivendo, para tirar a farpa política”, disse o parlamentar do Rio Grande do Sul ao comparar a atitude do presidente Lula com o que fez o ex-presidente Bolsonaro em situações de tragédia.
“Bolsonaro, na época de tragédias, viajando de jet ski e achando que isso era uma chuvinha, uma gripezinha, é assim que ele tratava as coisas, nem ajudava as pessoas, é isso que eles fizeram, era um descaso com as pessoas que sofreram e nós, à época, cobrávamos políticas públicas sérias. Não trouxeram ajuda, fizeram descaso e, agora quando tem uma ajuda, ficam inventando, fazendo fakes, então chega a ser nojento”, relatou.
Da Redação