Na ofensiva contra o aumento de assassinatos de mulheres em situação de violência doméstica e crimes de ódio que se alastram pelo país, o presidente Lula quer liderar um movimento dos Três Poderes – Executivo, Judiciário e Legislativo – para debater medidas de enfrentamento à violência de gênero. Lula disse que vai convocar uma reunião com representantes do Congresso, Supremo Tribunal Federal e setores da sociedade civil.
“É importante envolver o Congresso Nacional – Senado e Câmara – Suprema Corte, Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal de Justiça dos estados, os sindicalistas e os evangélicos. Eu preciso de todo mundo pra gente fazer um mutirão neste país, um mutirão educacional”, afirmou o presidente.
Mais uma vez, Lula convocou os homens para enfrentar a violência contra a mulher. O presidente insiste que combater o feminicídio não deve ser uma tarefa exclusiva das mulheres. “Eu acho que a gente só vai resolver esse problema quando a gente assumir a responsabilidade e compreender que quem tem que mudar de comportamento não são as mulheres, são os homens que têm que mudar de comportamento”, defendeu.
“A verdade é que nós temos que mudar. Nós, homens, temos que mudar de comportamento. E isso a gente aprende na escola, a gente aprende no berço. Nós temos filhos homens? Nós temos que reeducá-los. Na escola, as professoras e os professores têm que reeducar as crianças. A gente não pode deixar que isso se transforme numa coisa normal. Nenhum homem, por maior que seja o motivo, tem o direito de levantar a sua mão para dar um tapa na pessoa que mora com ele”, disse o presidente.
As falas de Lula somam-se às manifestações de companheiras e companheiros realizadas nas últimas semanas em razão da escalada de casos de feminicídios que têm chocado o país.
No último domingo, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, defendeu que sejam aplicadas penas mais duras para o feminicídio e também cobrou maior participação dos homens na luta contra a violência doméstica. “Política pública não falta, o que falta é vergonha na cara dos homens, o que falta é um pouco mais de humanidade. A gente precisa parar de falar para nós mesmos, a gente precisa botar os homens para nos ouvirem. Por isso, eu quero conclamar que a gente continue em movimento, porque a gente precisa de penas mais duas para o feminicídio”, defendeu Janja.
Da Redação do Elas por Elas