“Eu não acredito que um presidente possa governar sem ouvir governadores e prefeitos. Trabalhando separado, a gente é muito fraco. Trabalhando juntos, nós somos muito fortes.”
Foi assim, ao discursar no encerramento da 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Brasília, nesta terça-feira (14) que Lula voltou a assumir o compromisso de governar respeitando as demandas dos gestores municipais.
E ressaltou que seu governo está aberto a todos os prefeitos, independentemente do partido ao qual pertençam. “Não quero saber de que partido vocês são, para que time vocês torcem ou a religião de vocês. A única coisa que preciso saber é que vocês foram eleitos pelo voto democrático do povo”, disse (assista abaixo).
Parceria fundamental
Desde a campanha eleitoral, Lula deixou claro que resgataria o pacto federativo, ou seja, a boa relação entre União, estados e municípios. Em janeiro, ele iniciou esse processo reunindo-se com os 27 governadores e criando um conselho federal formado por representantes do governo federal, governos estaduais e prefeituras.
Ao comparecer ao encontro da FNP, e enviar vários de seus ministros para ouvir as demandas dos prefeitos, Lula consolida essa estratégia, que já rendeu resultados práticos, como a retomada da parceria com as prefeituras na gestão do Bolsa Família e o lançamento da plataforma Mãos à Obra, de acompanhamento de obras no país.
Lula lembrou que a retomada de mais de 14 mil obras paralisadas é uma das principais apostas de seu governo para, no curto prazo, reaquecer a economia e gerar empregos. E frisou que, sem a participação das prefeituras, não haverá resultados. “Só fizemos o PAC porque trabalhamos com os governadores e prefeitos de cidades grandes, médias e pequenas”, lembrou.
Crescimento econômico
O presidente recordou que, durante seu governo, graças aos investimentos feitos, o Brasil chegou a ser a sexta maior economia do mundo, mas que acabou regredindo para a 13ª posição.
“Isso não tem explicação para um país com vocação para o crescimento como o Brasil. Diferentemente de um país europeu, que tem quase tudo resolvido, nós ainda temos tudo para fazer na área do transporte, da educação, do saneamento básico. Nós temos uma quantidade imensa de obras para fazer, então não poderíamos estar vendo o emprego decrescer e o desemprego aumentar”, analisou.
O retrocesso, afirmou, se deve à irresponsabilidade do governo anterior, que em quatro anos investiu menos em obras de infraestrutura do que o governo Lula vai investir apenas em 2023. “Nós encontramos este país com 186 mil casas paralisadas. São quase 4 mil obras da educação que foram paradas pela irresponsabilidade de quem governava. Estou agora viajando o Brasil para inaugurar casas que nós começamos a construir em 2013”, observou.
Sobre o Minha Casa Minha Vida, aliás, Lula lembrou que, além de terminar todas essas casas, seu governo vai contratar mais 2 milhões de unidades até 2026. E pediu ajuda dos prefeitos: “Se vocês puderem fazer a concessão dos terrenos, a gente pode fazer as casas de maneira muito mais barata para o povo mais pobre deste país”.
E conclamou todos a trabalhar com empenho: “A gente tem que trabalhar com muita vontade porque esse povo precisa. Posso garantir a vocês, nós vamos fazer a economia voltar a crescer, vamos voltar a gerar emprego, vamos recuperar a massa salarial, a fazer casa, a fazer obras de infraestrutura. Eu tenho uma causa, e a gente vai recuperar esse país”.
Demandas da população
Ao falar antes de Lula, o presidente da FNP, Edvaldo Nogueira (PDT), também prefeito de Aracaju, lembrou que são as cidades que devem dar conta das demandas mais urgentes da população.
“O que o cidadão quer, na verdade, é que, quando ele estiver doente, tenha uma unidade básica de saúde que o receba com dignidade; que de manhã o ônibus passe no ponto e o leve de maneira tranquila para o trabalho; que os serviços da cidade funcionem cotidianamente”, frisou.
E garantiu a disposição dos prefeitos que compõem a frente de trabalhar em conjunto com o governo Lula. “Nós estamos dispostos a conversar, dialogar e estar juntos, governo federal, governos estaduais e prefeituras, na reconstrução desse país”, assegurou.
Da Redação