Convidado para ser o mestre de cerimônia do lançamento da segunda edição de A Verdade Vencerá, livro do qual também é um dos autores, o jornalista Juca Kfouri condensou em poucas palavras a trajetória da obra concebida inicialmente às vésperas de Luiz Inácio Lula da Silva ser levado ao cárcere político. “O resultado (da primeira edição) era a verdade dele. E não precisou passar mais do que dois anos para que a verdade histórica aparecesse. O fato de ele estar aqui hoje é a prova de que a verdade já venceu”, declarou, com ninguém menos do que o próprio Lula ao seu lado.
A presença do ex-presidente no evento realizado na noite desta terça-feira (10) na quadra do Sindicato dos Bancários, em São Paulo, por si só já sugere que novas páginas teriam de ser contadas – o primeiro volume trazia ao leitor uma longa entrevista concedida, além do citado Kfouri, à também jornalista Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à editora Ivana Jinkings, fundadora e diretora da editora Boitempo.
Como era de se esperar, a saída de Lula do cárcere político trouxe imediatamente a necessidade de incluir em A Verdade Vencerá novos conteúdos. Se a primeira edição continha uma entrevista, além de conteúdos gráficos, uma cronologia e textos de diversos autores de renome do Brasil, agora a obra ganha também ganhou o acréscimo dos dois discursos feitos por Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – antes de ser preso e logo após ser libertado -, um carta feita por ele ao Salão do Livro Político, entre outros conteúdos inéditos.
O resultado, como era de se esperar, deixou Lula bastante satisfeito – sem que isso signifique que A Verdade Vencerá tenha feito qualquer tipo de concessão ao que manda os princípios jornalísticos. Aguardado por centenas de pessoas, Lula abriu a sua fala – breve em função de dores na garganta – justamente com elogios ao trabalho feito pelos autores da obra.
Depois, claro, também falou diretamente a quem sempre esteve ao seu lado ao longo de quatro décadas de vida pública. “Eu tenho um compromisso de fé com o povo brasileiro. Este país não pode ser governado por esse tipo de gente que hoje comanda o país”, declarou.
Em seguida, o ex-presidente relembrou as razões que o fizeram permanecer no país mesmo com chances de ser acolhido em alguma outra nação e se apresentar à Polícia Federal de cabeça erguida – ciente de que a verdade, tal qual àquela apontada por ele no livro – cedo ou tarde viria à tona.
“Eu tomei a decisão de ficar para olhar bem para a cara deles e desmentir a mentira que contaram. Eu tenho certeza que eles não vão me dar trégua. Mas eu tenho mais certeza ainda que eu não vou dar trégua para nenhuma deles. A partir de janeiro eu estarei nas ruas novamente”.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias