O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressou, na segunda-feira (19), com uma ação de interpelação judicial contra o jornalista que noticiou a existência de um novo câncer, supostamente tratado em sigilo por Lula, no início de 2014. A informação foi desmentida pela assessoria de imprensa do Instituto Lula.
Leandro Mazzini, responsável pela “Coluna Esplanada”, do portal UOL (ligado à “Folha de S.Paulo”), afirmou, no início do mês, que Lula teria sido diagnosticado com câncer no pâncreas e feito tratamento no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O jornalista garantiu ainda, em novo texto publicado na quarta-feira (21), que o ex-presidente teria procurado um famoso médium, João de Deus, da Casa Dom Ignácio, em Abadiânia (GO), atrás de cura.
A notícia foi, outra vez, prontamente desmentida pela assessoria do ex-presidente, que questiona, inclusive, as fontes das informações publicadas pelo jornalista.
Agora, interpelado judicialmente, Mazzini terá que comprovar a veracidade das informações publicadas. “A reportagem apresenta somente fontes em ‘off’ e cita, por exemplo, um diretor do PT, cargo que sequer existe no partido”, aponta a assessoria do ex-presidente.
De acordo com o Instituto Lula, é preciso esclarecer ainda qual a intenção do jornalista com a reportagem e se há algum interesse com divulgação falsa sobre a saúde do ex-presidente petista. Caso não consiga provar o que escreveu, Mazzini poderá responder a um processo por calúnia e difamação.
A nota do jornalista do UOL afirma que Lula teria recorrido a um tratamento alternativo para o novo câncer, com uso de medicamento chamado Bevacizumab. A droga é importada e, segundo o texto, serviria para substituir a quimioterapia.
A assessoria do ex-presidente explica que o remédio citado por Mazzini sequer é usado para tratamento de câncer de pâncreas. Além disso, o jornalista, informa, teve acesso a todos os exames feitos por Lula no Sírio Libanês, os quais comprovam o estado de saúde normal do ex-presidente.
Em março de 2012, a imprensa brasileira noticiou o desaparecimento do tumor na laringe, tratado desde outubro do ano anterior pelos médicos do Sírio Libanês. De acordo com o Instituto Lula, o ex-presidente sempre tratou com a maior transparência a doença, tendo noticiado a todos o descobrimento do câncer, imediatamente após o diagnóstico.
Em novembro de 2014, o Sírio Libanês divulgou boletim no qual informa a ida de Lula ao hospital apenas para exames de rotina, comuns para acompanhamento periódico de pacientes, após tratamento contra o câncer.
Apesar do processo, o jornalista reiterou publicamente, na internet, a veracidade das informações publicadas.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias.