A denúncia da privatização e a defesa da Eletrobras é uma das bandeiras presentes na mobilização que ocorrerá nesta sexta-feira, 28, de acordo com decisão aprovada em plenária contrária à venda da estatal, convocada por várias frentes parlamentares do Congresso e entidades sindicais.
A plenária, realizada por meio de videoconferência, foi articulada e coordenada pelo deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) contou com a participação de mais de 600 ativistas. O evento ocorreu após a aprovação da Medida Provisória 1031 na Câmara dos Deputados e serviu para demonstrar a disposição das entidades da sociedade civil, em especial do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), para lutar contra a privatização.
Para Uczai, a mobilização da sociedade nas ruas no próximo dia 29 e a articulação junto aos senadores são fundamentais para impedir a privatização da Eletrobras.
“Uma batalha nós perdemos na Câmara. Mas agora aumentou a mobilização, está aumentando a força e vamos derrotá-los no Senado. Não à privatização da Eletrobras”, defendeu o deputado Pedro Uczai. “Nessa articulação com a sociedade brasileira, com os eletricitários, com outras organizações, a gente avança na resistência para derrotar a MP 1031”.
Também participaram da plenária os senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Zenaide Maia (PROS-RN), que assumiram a tarefa de articular a luta contra a privatização da Eletrobras no Senado Federal, além dos deputados federais Danilo Cabral (PSB-PE), Glauber Braga (PSOL-RJ), Reginaldo Lopes (PT-MG), Henrique Fontana (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF) e Alessandro Molon (PSB-RJ).
Para o senador Jean-Paul Prates, que já foi secretário de Estado de Energia do Rio Grande do Norte, é preciso chamar a atenção da população para as consequências da privatização da Eletrobras, que significa a diluição do capital da empresa e a venda de seu controle.
O senador destacou que a conta de luz dos brasileiros vai aumentar com a privatização da Eletrobras — uma projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indica que as contas de luz vão subir, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional.
“Uma coisa que é importante lembrar ao povo brasileiro, para o Nordeste e Sudeste, é de que esta é a holding das holdings do sistema elétrico”, destacou Jean-Paul, que também fez uma série de denúncias em relação ao texto da MP e sua tramitação.
“Tem lobbies atuando, tem enxertos legislativos, jabutis, nessa questão da Petrobras, que não tem nada a ver com isso, que é a regionalização de leilão, que é a criação de reserva para PCH, pequena central hidrelétrica”, argumentou. “Ela [a MP] é totalmente desconcatenada, claro, porque cada artigo deste está atendendo um grupo específico. Aí, virou um ‘Frankenstein’. Essa MP é um ‘Frankenstein’ da privatização geral, da entrega do controle e do aumento da conta de luz”, denunciou.
Além da inclusão da bandeira de luta contra a privatização da Eletrobras na mobilização do dia 29, a plenária tirou outros encaminhamentos, tais como realizar reuniões com senadores e governadores nos próximos dias, ampliar as intervenções nas redes sociais e preparar ações judiciais para barrar a Medida Provisória no Senado.
Ficou decidido ainda que uma nova plenária online será realizada no dia 1º de junho e deve reunir cerca de duas mil pessoas, quando todos os senadores da República deverão ser convidados para participar e se posicionar, além de governadores e entidades nacionais.
Da Redação, com assessoria parlamentar