O governo que se empenha em dificultar o acesso dos mais pobres a seus direitos previdenciários é o mesmo que não economiza benevolência no trato com os grandes devedores da Previdência.
Enquanto isso, as grandes empresas respondem por 62% das dívidas com a Previdência. Do total de R$ 2,2 trilhão de débitos em dívida ativa, os 28 mil grandes devedores são responsáveis por R$ 1,37 trilhão do que foi sonegado aos cofres públicos.
Falácia do governo
“A falácia do Governo é que a MP 871 pretende combater a fraude e os desvios da aposentadoria dos pobres, principalmente dos trabalhadores rurais. Mentira!”, denuncia o senador Paulo Rocha (PT-PA), que, junto com a Bancada do PT, votou contra a proposta.
Na noite da última segunda-feira (3), a MP 871 foi aprovada pelo Senado, mudando as regras para concessão de benefícios do INSS. A medida criou uma série de entraves ao acesso à pensão por morte, ao auxílio-doença, à aposentadoria por invalidez, ao salário-maternidade, entre outros direitos.
Recordistas em sonegação
Entre os recordistas de dívidas com a Previdência, a JBS (frigoríficos e indústria de alimentos) é a maior devedora entre as empresas que ainda estão em atividade. São quase R$ 2,4 bilhões que deixaram de ser pagos.
Entre os 10 maiores devedores da Previdência estão empresas que já não existem mais. É o caso das empresas áreas Varig, a campeã (R$ 3,9 bilhões), Vasp (R$ 1,9 bilhão) e Transbrasil.
“Em cinco meses de governo Bolsonaro, o Congresso Nacional só aprovou legislação para atacar os direitos dos trabalhadores, dos mais pobres, dos pequenos. Por que ele não mandou para cá, através de medida provisória, o combate aos sonegadores?”, cobrou Paulo Rocha.
Por PT no Senado