O prefeito de Natal, Álvaro Costa Dias (PSDB), atuou como deputado estadual por 18 anos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte em diferentes períodos entre 1991 e 2016. Ele busca a reeleição para a Prefeitura, mas está envolvido num escândalo que nem tem a ver com o atual mandato, ou de quando presidiu a assembleia entre 1997 e 2003. A mamata que vem à tona é que, mesmo sem mandato entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014, Dias recebeu dinheiro da assembleia.
O escândalo foi revelado nesta quinta-feira, 12 de novembro. Álvaro Dias recebeu salários e benefícios de deputado durante o período em que ficou sem mandato – o que é inexplicável. No site do Portal da Transparência, o nome dele aparece em todos os meses entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014 na folha de pagamento. A denúncia é grave, mas o prefeito não deu explicações nem se pronunciou sobre o escândalo. Dias tem o apoio do governo de Jair Bolsonaro, por intermédio do correligionário e conterrâneo Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional.
Dias é o candidato das oligarquias do estado e do governo Bolsonaro, e lidera as pesquisas eleitorais. A revelação do esquema de mordomias veio a público na revista Fórum. Político profissional e representante dos conservadores e ricos, Dias buscou a eleição como vice-governador em 2010 na chapa de Carlos Eduardo Alves (PDT), mas não obteve sucesso. Ele só retornaria a uma função pública em 2015, após ser eleito deputado estadual. Em 2017, abandonou a assembleia para assumir o cargo de prefeito.
Eleito em 2014 como deputado, Álvaro Dias só veio a deixar de receber os vencimentos em 2017, quando passou a ser vice-prefeito na chapa de Alves. Com a renúncia do seu antecessor, que buscou a cadeira de governador e acabou derrotado por Fátima Bezerra (PT) nas eleições de 2018, Dias herdou a prefeitura.
Segundo informações veiculadas pelo Potiguar Notícias, Dias tem alguns processos judiciais nas costas, entre eles o do chamado “Trem da Alegria”. Dados do site Agora RN, que revelou em 2018 o inconcluso escândalo denunciado pelo Ministério Público na década anterior, quando atuou como presidente da Alern, Dias teria feito dezenas de nomeações sem concurso público, beneficiando diretamente pelo menos 10 parentes.
Da Redação, com informações da Fórum