O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que 2014 deve ser o último ano da política anticíclica no Brasil. A declaração, feita ontem (7), na abertura do Encontro de Política Fiscal 2014, promovido pela FGV, em São Paulo, com apoio da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, significa que, provavelmente, a economia não será gerida a fim de criar condições com efeitos compensatórios em momentos de desequilíbrios macroeconômicos.
O modelo é escolhido quando o objetivo é o de deter o crescimento na redução da atividade econômica e, para isso, aplica-se medidas como a retração de crédito e o aumento de imposto. Se a ideia é estimular a economia, opta-se pela redução dos impostos, do crédito e promove-se a desvalorização cambial para estimular as exportações.
“Temos o desafio de fazer a transição para novo ciclo de expansão da economia mundial e brasileira’’, ressaltou. Segundo Mantega, “países europeus caíram no modelo tradicional de ajuste (adotando políticas econômicas ortodoxas), mas mesmo assim tiveram desempenho inferior aos que aplicaram políticas anticíclicas de estímulo’’, isso durante a crise.
Contrariando as declarações pessimistas da oposição, Mantega mostrou que, de 2008 até junho de 2014, o Brasil cresceu mais que a maioria dos países do G20 e isso foi resultado da opção pela estratégia anticíclica.
O desempenho da economia internacional não colaborou para a recuperação dos emergentes que também foi atrapalhada pela retirada dos estímulos monetários à economia dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (FED/ Banco Central norte-americano).
“Somado a isso, tivemos uma grande estiagem que também pressionou o preço dos alimentos e da energia’’, disse. Contudo, o ministro frisou que o País vai sair da crise com uma situação sólida. “Nosso mercado consumidor é forte e continua crescendo. Temos baixa taxa de desemprego e criamos um grande mercado de classe média bastante ativo, que duplicou nos últimos anos”, afirmou.
Segundo ele, o investimento externo direto se situa acima de US$ 60 bilhões, o que demonstra que há apetite externo pelo mercado brasileiro. “Temos elevado volume de reservas, o que nos ajuda. Tudo isso nos dá solidez’’, acrescentou.
Para ele, o Brasil precisa caminhar para um aumento gradual do superavit primário. “Temos que fazer redução das despesas e procurarmos também diminuir algumas rubricas que estão crescendo muito, como seguro-desemprego, abono, auxílio-doença e pensão por morte. Também temos que recuperar a receita’’ destacou.
Redação da Agência PT com informações do Portal Brasil