Partido dos Trabalhadores

Marcelo Zero: nosso Hitler é a agenda de Paulo Guedes

Em artigo, sociólogo avalia propostas do ministro da Economia “baseada na desigualdade extrema, na miséria, na exclusão de milhões de cidadãos e no cada um por si”

Valter/Campanato/Agência Brasil

Entreguista. O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que quer vender a qualquer custo quatro empresas estatais – incluindo a Eletrobrás e a PPSA – até dezembro de 2021

A demissão sumária do explicitamente nazista Alvim, nulidade intelectual plagiadora de Goebbels, pode ter dado a impressão de que o governo Bolsonaro não compartilha do ideário nazifascista.

Engano crasso. O inacreditável ex-secretário de cultura não diverge do bestiário fascista que é o governo do capitão. Ele foi colocado à frente da pasta da cultura justamente para cumprir com a agenda nazistoide de promover uma suposta “cultura nacional” pura e reprimir quaisquer manifestações culturais divergentes. Ele citou Goebbels porque a agenda cultural do capitão é a mesma do ministro nazista da propaganda.

O governo Bolsonaro teve de demitir Alvim apenas porque esse não soube manter as aparências. Com isso, provocou escândalo nacional e a pronta reação de Israel, um dos poucos governos do mundo que é aliado do infame governo do capitão.

A agenda cultural nazistoide, porém, prosseguirá, provavelmente sob a gestão temerária de destemida atriz.

Da mesma forma, prosseguirão todas as ouras agendas autoritárias do governo do capitão, especialmente na área econômica.

Entretanto, o chamado “centro” político do Brasil, ou a velha direita, agora faz de conta que não tem nada a ver com a barbárie política que tomou conta do país. Compreende-se. O bestiário bolsonarista é constrangedor para quem tem um mínimo de pudor.

Mas não pode fazê-lo.

Em primeiro lugar, porque foram eles, partidos políticos tradicionais, mídia corporativa, sistema financeiro, agronegócio, patronato industrial etc. que colocaram Bolsonaro no poder. Estimularam, cevaram e apoiaram o bolsonarismo, o antipetismo e o antiesquerdismo, da mesma forma que a direita tradicional alemã acabou fazendo com Hitler. O intuito maior era evitar que o PT e seus aliados voltassem ao poder e, dessa maneira, impor a agenda das reformas ultraneoliberais.

Não adianta agora, que a caixa de Pandora foi aberta, vir reconhecer tardiamente que Bolsonaro é nazista, como faz o Estadão. O Estadão e todos os outros apoiadores sabiam muito bem, há bastante tempo, que Bolsonaro era um fascista declarado.

Em segundo lugar, porque o bolsonarismo é o regime político apropriado para a imposição da agenda ultraneoliberal, que eles tanto apoiam. Um não pode ser dissociado da outra.

Bertold Brecht tem um pequeno texto, datado de 1935, que me parece esclarecedor sobre as relações entre nazifascismo e capitalismo. Intitula-se “O Fascismo é a verdadeira face do Capitalismo”. Nele, Brecht critica a visão ingênua de que o nazifascismo podia ser dissociado do estágio do capitalismo naquele tempo e naquelas circunstâncias.

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Por Brasil 247