A campanha de financiamento coletivo da Marcha das Margaridas termina nesta terça-feria (2). A marcha está em sua sexta edição – programada para dias 13 e 14 de agosto – e é a maior ação de mulheres da América Latina. Reúne em Brasília, a cada quatro anos, trabalhadoras do campo de todos os estados para denunciar os retrocessos em direitos sociais e propor políticas públicas relacionadas à produção de alimentos saudáveis e contra a violência.
A Marcha das Margaridas ocorre desde os anos 2.000 em homenagem a Margarida Maria Alves, líder camponesa que dirigia o sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande (AL), quando foi brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983.
Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) – e suas 27 federações e 4 mil sindicatos – a marcha conta também com a parceria de 16 organizações e movimentos sociais que esperam com a campanha de financiamento arrecadar recursos complementares para auxiliar na ida a Brasília das mulheres de todo o país.
De acordo com a organização, ao menos 100 mil mulheres do campo e da floresta devem participar do evento na capital federal. Em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, a secretária de Mulheres da Contag e coordenadora da Marcha da Margaridas, Mazé Morais, antecipa que, pela primeira vez, o grupo está construído uma plataforma com proposições políticas. Segundo Mazé, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) impõe uma conjuntura muito mais adversa sobre os direitos das mulheres.
“A marcha este ano tem o caráter de denúncia, de pressão e resistência das mulheres a tudo isso que está acontecendo no país. Mas de proposição também, sobre qual é esse modelo de sociedade que a gente defende, que não é esse modelo de sociedade que está aí, com retirada de direitos da classe trabalhadora, sobretudo das mulheres”, afirma a coordenadora da Marcha das Margaridas.
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