A Marcha Lula Livre, organizada pelo Movimento Sem Terra e movimentos populares em defesa da democracia realizou um ato político-cultural na noite deste sábado, dia 11, em Valparaíso de Goiás. O ato celebrou a doação de alimentos saudáveis da Reforma Agrária feita para instituições de caridade da cidade.
Os marchantes da Coluna Prestes doaram 1.200 litros de leite, 1.200 quilos de arroz orgânico e 500 quilos de frutas diversas. Os alimentos foram entregues a APAE, ao Lar Vicentino e para Escola de Arte Bem Viver.
Ceres Hadich, dirigente do Movimento, o comenta a entrega de alimentos. “A distribuição de alimentos que aconteceu hoje se insere no contexto de diálogo, nós temos a solidariedade como um valor e a gente doar alimentos para trabalhadores da cidade é mostrar essa prática. A solidariedade como entendemos é espelho de Cuba, e diz que não devemos dar o que sobra, mas dar o que temos de melhor, e é por isso que damos a nossa produção de alimentos saudáveis, que é o que a gente tem de melhor.”
Shows
A animação do ato ficou por conta da Juventude organizada do MST e do Levante Popular da Juventude com batucada e encenação teatral. A rapper Lilian Guerreira levantou a plateia com músicas empolgantes e letras feministas.
A professora Katia Maria, presidenta do PT em Goiás, saudou o ato. “É uma honra ter o MST marchando em Goiás. São os trabalhadores rurais que colocam comida na mesa dos brasileiros. Me emocionei ao ver a marcha na rodovia”, disse a petista que também concorre ao governo do estado nas eleições de Outubro.
O show da Marcha no Bairro Oriente contou com a apresentações de artistas locais de rap como o Chicão MC e Pedro Felipe. O cantor Forroshow animou toda a praça com uma seleção de forró arrasta pé e gritos de “Lula Livre”. O ato político cultural marcou a relação do MST com o campo e a cidade, e reforça a construção de um projeto de país para a classe trabalhadora.
Neste sábado a Coluna Prestes marchou 18 quilômetros de Luziânia a Valparaiso conhecendo a história de guerreiros e guerreiras, nas trincheiras da reforma agrária popular e da luta da classe trabalhadora desde a fundação do MST.
Marcha evidencia a importância da mística cultural para a classe trabalhadora
No final do primeiro dia de marcha, os Sem Terra na Tereza de Benguela ato político-cultural na Praça Quadradão, em Samambaia (DF), com a presença de artistas locais. O município é o primeiro destino dos marchantes que saíram de Engenho das Lages (DF).
Os povos indígenas Canelas do Araguaia, que atualmente vivem no Mato Grosso, no município de Luciara, são a prova disso. Curumara, capitão da cultura na Aldeia Nova Pucanú, afirma que os rituais tradicionais são uma das trincheiras de toda a luta.
“A cultura é tudo para nós, é um resgate de algo que pode ser perdido. É uma forma de resistência a nossa cultura ser passada para todos”, salienta o indígena de 51 anos, que destaca a Dança do Toré como resumo da simbologia de seu povo. A dança é composta por uma roda de pessoas munidas com instrumentos artesanais.
A comunidade faz parte dos oito estados que compõem a Coluna Tereza de Benguela, homenageada pelas regiões Amazônica e Centro-Oeste do Brasil.A marcha até Brasília (DF), com chegada no dia 15 de agosto. Cada coluna percorre mais de 50 quilômetros até a capital federal em defesa da democracia.
Por Agatha Azevedo, do MST