Depois de perder as eleições presidenciais, em 2002, para Lula, José Serra esperou dois anos se passarem para, como governador eleito de São Paulo, ler, com imensa amargura e rancor, um discurso de posse provavelmente escrito dois anos antes – quando imaginava que seria eleito presidente da República pelo PSDB.
Em 2010, foi a vez de Serra enfrentar Dilma Rousseff, com todo rancor armazenado, mas foi novamente derrotado.
Não sei se essa insistência em ser presidente da República é um sonho de criança, afinal sonhar é um direito de todos, mas o fato é que Serra, hoje senador da República, não desistiu de seu principal projeto de poder: entregar as riquezas do país.
Com um projeto de lei moralmente questionável – inclusive sob o ponto de vista da competência do Senado – José Serra quer permitir a exploração do petróleo do pré-sal por empresas privadas, sem a participação da Petrobras.
No fundo, são planos de um político frustrado que pretende governar o Brasil sem mandato, nem que para isso seja necessário entrar a empresas estrangeiras um dos maiores patrimônios do País.
O povo brasileiro já demostrou nas ruas e nas urnas que a Petrobras é nossa. Não foi o capital privado que descobriu a riqueza do petróleo, mas os trabalhadores petroleiros brasileiros.
Serra, como boa parte dessa triste oposição brasileira, não consegue entender que o programa de governo submetido às urnas deve ser respeitado. Ainda que isso frustre as intenções de uma gente que, nos desgovernos de Fernando Henrique Cardoso, acalentou o pesadelo de criar a “Petrobrax” – sonho ruim de uma gente pior ainda que não aprendeu a perder e que, hoje, vive de pregar o ódio.
Por isso, parabéns aos petroleiros e à Central Única dos Trabalhadores, que foram às ruas reiterar a disposição de luta a favor das nossas riquezas e do valor dos trabalhadores.
A Petrobras é dos brasileiros. Nenhum vendilhão do Senado vai entregá-la sem que haja resistência e luta.
Marcia Rosa é prefeita de Cubatão pelo PT