No primeiro debate entre os candidatos, realizado pela TV Band no dia 26 de agosto, a candidata Marina Silva (PSB) disse que votou em favor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Registros de votações do Senado desmentem a candidata. Em 1995 e 1999, ela votou contra o tributo. Em 2002, se absteve da votação.
Na Band, Marina disse que não fazia oposição por oposição e, como exemplo, disse que durante o governo PSDB foi contra seu partido e votou em favor do tributo.
“Eu acredito na política que pratiquei durante 16 anos no Congresso Nacional”, disse. “Quando foi a votação da CPMF, ainda que meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar o interesse do brasileiro, eu votei favorável, mesmo sendo do seu governo, o PSDB”, disse a candidata para Aécio Neves (PSDB).
No dia 3 de setembro, em entrevista ao G1, Marina sustentou a mentira: “Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso mandou a CPMF para ser votada o meu partido era contra. Eu e o Suplicy votamos favorável”.
A CPMF, criada em 1996 para substituir o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), de 1994, era um imposto de 0,38% sobre movimentações financeiras, como pagamentos com cheques e cartões de débito. O valor era transferido para a saúde pública.
Quando o PT votou contra, parte da alíquota ia para outros fins e não só para a saúde. Em 2007, quando Lula propôs a prorrogação do imposto, com a ressalva de que o tributo seria destinado apenas à saúde, a CPMF foi derrubada pelos próprios criadores dela, o que cortou R$ 40 bilhões por ano da saúde pública.
Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias