Estou muito preocupado com o atual momento brasileiro. Muitos políticos estão discutindo o impeachment como se fosse um tema simples e é uma questão de extrema gravidade.
A maioria dos formadores de opinião e os órgãos de informação não informam a população sobre o que realmente pode acontecer se a Presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, for deposta sem ter cometido nenhum crime de corrupção.
A confusão vai ser grande. Um caos.
Certamente o vice, Michel Temer, um político fraco como tem demonstrado, traidor , e por isso inconfiável, e um dos principais articuladores do golpe, assumirá a Presidência por pouco tempo. Vai logo cair, pois também foram registrados pedidos de impeachment contra ele.
Então, no seu lugar será colocado o Deputado Eduardo Cunha, conhecido como corrupto, que há quase meio ano está para ser cassado, permanece na Presidência da Câmara e comanda o processo de deposição da Presidenta Dilma. Um absurdo!
As consequências serão drásticas para o país, com grande perda de conceito internacional, se o impeachment for aprovado no domingo.
A democracia está ameaçada, mas não só a nossa. Ban Ki Mon, Secretário Geral da ONU, declarou ao Jornal O Estado de São Paulo, no dia 30 de março recente:
“Por enquanto isto é um problema político doméstico. Mas o Brasil é um país muito importante e qualquer instabilidade política no Brasil é uma preocupação social para nós”.
Rufert Colville, porta-voz da ONU, falou em Genebra: “Estamos preocupados com a possibilidade de que acabe afetando a credibilidade tanto do Executivo como do Judiciário”.
A confusão vai ser geral e para o País, o caos. O Brasil, que já está parado administrativamente, parará de vez.
Todos sofreremos, principalmente a classe média, porque rico é rico e pobre é pobre.
Os pequenos empreendedores irão à bancarrota.
E não é consolo nenhum saber que os grandes empresários, banqueiros, importadores, exportadores, produtores, e os maiores comerciantes terão também grandes prejuízos financeiros.
Mas tudo isso é o de menos. O pior é que estamos correndo risco de entrar em uma Guerra civil. Este é o meu medo.
Parece exagero, mas não é.
Não correu sangue visível nos golpes anteriores, mas os tempos são outros. Vai dar ruim.
Queira Deus que as minhas preocupações sejam infundadas e que deixem a mulher trabalhar. Aí vai dar bom.
Martinho da Vila é cantor e compositor