O ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do governo ilegítimo de Temer, Carlos Marun (MDB), declarou nesta segunda-feira (15/10) que votará no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno. Ele argumentou que vê semelhanças entre as propostas de Bolsonaro e as medidas do governo atual.
“Neste momento, repito, vejo mais afinidade dos meus pensamentos em relação à pauta do Bolsonaro do que à pauta do Haddad. […] É uma agenda mais liberalista, uma agenda que defende privatizações, é a verdade. Essa é a verdade. É uma agenda que defende a reforma trabalhista. Tem vários aspectos de sinergia conosco, com relação ao que é pleiteado pelo governo [Temer]”, declarou.
Outras razões que Marun apontou para o seu apoio a Bolsonaro incluem ter se posicionado a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), a defesa da redução da maioridade penal para 16 anos e a vontade de promover uma reforma da Previdência Social.
Vaga na CNMP
Os elogios de Marun a Bolsonaro não vem por acaso. Com a proximidade do fim do governo Temer, uma das articulações em curso tenta emplacar o ministro para uma vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o que, inclusive, tem causado preocupação em integrantes do MP.
Marun pleiteia a vaga de Gustavo Rocha, que é o atual subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e foi indicado para o CNMP em 2015, quando era advogado do então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Ele tem se articulado para ser indicado pela Câmara para o CNMP ainda neste ano para tomar posse, com a saída de Rocha, no começo de 2019.
Atualmente o ministro de Temer responde a inquérito no STF, aberto como desmembramento da Operação Registro Espúrio, que apura esquema de corrupção no Ministério do Trabalho, além de ser réu por improbidade em primeira instância por fatos ocorrido quando era diretor Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab).
O papel do CNMP é realizar a fiscalização interna do Ministério Público de todo o país. Criado em 2004, junto com o Conselho Nacional de Justiça, é uma ferramenta para aumentar o controle sobre o Poder Judiciário.
Por Lula.com.br, com informações do UOL e da Jota