Quando se chega ao centro de Mauá, município relativamente jovem, a infraestrutura de serviços é semelhante a de qualquer outra grande cidade da região metropolitana de São Paulo. Ao longo de seus 60 anos, a cidade vem crescendo e se transformando rapidamente.
Mas é adentrando os bairros mais populosos, que cresceram de forma desordenada e sem qualquer planejamento urbano, que se percebe o quanto essas mudanças são profundas. E o quanto uma gestão voltada para os interesses da população pode mudar a vida das pessoas, sobretudo, daquelas que mais precisam da atenção do poder público.
O bairro Jardim Oratório, o mais antigo da cidade, é um exemplo deste processo. A comunidade, que se formou a partir de um movimento de migração de moradores de outros municípios do grande ABC, pressionados pelos altos preços dos aluguéis, ficou estigmatizada pela carência de infraestrutura. Nos morros, ocupados a partir da década de 70, concentraram-se habitações improvisadas e precárias.
“No Jardim Oratório não subia ambulância, nem viatura da polícia, e hoje é um bairro como qualquer outro. Entregamos uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com clínica odontológica, um ginásio poliesportivo e estamos regularizando as propriedades”, destaca o prefeito Donisete Braga (PT), pré-candidato à reeleição.
O bairro foi um dos contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida. Até o momento, foram entregues 125 apartamentos e mais 800 unidades já estão contratadas, aguardando liberação de recursos federais para serem iniciadas.
Outras 150 famílias que viviam em áreas de risco também foram beneficiadas pelo programa e agora têm um lugar seguro para morar. Para a assistente administrativa Flávia Rodrigues da Silva, que é mãe de quatro filhos e morava no bairro Chafik, a mudança foi “da água para o vinho”.
“A gente estava em uma área de risco, que tinha muito deslizamento, e quando chovia era difícil para subir e descer. Meus filhos não tinham onde brincar. Hoje eles têm o parquinho do condomínio, a escola fica do lado de casa e é muito mais seguro”, afirma.
Segundo a prefeitura, a meta é alcançar 3 mil moradias entregues até o final de 2016. A atual gestão tem feito ainda uma “força tarefa” para regularizar cerca de 170 loteamentos, reconhecendo e consolidando territórios ocupados.
Dificuldades para avançar
Levar serviços básicos, equipamentos públicos, infraestrutura e moradia digna para os bairros mais carentes sempre esteve nos planos da gestão do prefeito Donisete Braga.
O projeto de urbanização da região do Chafik/Macuco, no Jardim Zaíra, onde moram 20 mil pessoas, é o maior do ABC paulista e prevê investimentos de R$ 180 milhões, financiados pelo governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida.
Mas, assim como muitas outras cidades brasileiras, Mauá enfrenta dificuldades no repasse de recursos federais, desde que o governo golpista de Michel Temer se instalou.
Além das obras de urbanização do Chafik, um projeto de mobilidade urbana de R$ 350 milhões, já aprovado no governo da presidenta eleita Dilma Rousseff, e um Centro de Iniciação ao Esporte, equipamento que faz parte do legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Olímpicos, estão paralisados.
“Fizemos um projeto de mobilidade urbana que prevê a construção de três terminais de ônibus importantíssimos para a cidade, licitamos e já temos a empresa vencedora, mas não posso dar a ordem de serviço porque a Caixa Econômica e o Ministério das Cidades não estão liberando os recursos. Terei que explicar para a população porque não conseguimos concretizar”, lamenta Donisete.
Transporte coletivo
Se tivesse que eleger uma demanda prioritária atendida em sua gestão, o prefeito Donisete Braga apontaria as melhorias já promovidas no serviço de transporte público da cidade.
“Esse tema tirava meu sono, porque por muito tempo tivemos empresas que sucatearam o transporte coletivo. Fizemos uma nova licitação e estamos equacionando isso”, avalia o prefeito.
Entre as conquistas do novo serviço estão passe livre para 26 mil moradores, frota de ônibus renovada, câmeras internas em todos os veículos e motoristas capacitados pelo Senai.
Apesar das dificuldades, Donisete acredita ser possível avançar e seguir fazendo um governo inclusivo. “Temos tido um olhar muito especial para as pessoas mais pobres. Precisamos avançar e assim teremos uma cidade cada vez melhor”.
Por Luciana Arroyo, da Agência PT de Notícias