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Mauro Vieira, no G20: “Não é do nosso interesse viver em um mundo fraturado”

Na abertura da reunião de chanceleres que acontece no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (21), ministro das Relações Exteriores apontou que encontro será focado na reforma das instituições de governança global

Reprodução / Canal Gov

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Uma profunda reformulação da arquitetura da governança global deve estar no centro das discussões do G20 durante a reunião dos chanceleres do bloco, que ocorre no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (21). A reforma das instituições bilaterais marcou o discurso de abertura do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para quem o fórum tem um papel fundamental a desempenhar na busca por soluções dos conflitos internacionais do momento, como as guerras na Ucrânia e na Palestina.

“Antes de prosseguirmos com esse tema, permitam-me apenas reiterar a importância que o Brasil atribui às outras duas prioridades: promoção da inclusão social, ao combate à fome e à pobreza e à realização do desenvolvimento sustentável, que serão abordados mais a fundo em outras reuniões”, anunciou o ministro, destacando os três eixos que compõem a gestão brasileira à frente do bloco.

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“O G20 é um fórum internacional de crescente relevância. Hoje, questões das mais diversas naturezas integram os debates do grupo”, lembrou o ministro. “Diante do quadro que vivemos, no entanto, este grupo é hoje, possivelmente, o foro internacional mais importante onde países com visões opostas ainda conseguem se sentar à mesa e ter conversas produtivas, sem necessariamente carregar o peso de posições arraigadas e rígidas que têm impedido avanços em outros foros, como o Conselho de Segurança (da Organização das Nações Unidas)”, destacou.

Para Vieira, o G20 deve desempenhar um papel fundamental para a redução das tensões internacionais, bem como no avanço da agenda de desenvolvimento sustentável.

Posição brasileira sobre as guerras

O ministro voltou a defender a adoção de soluções pacíficas para a resolução de conflitos entre países. “O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças são resolvidas pelo uso da força militar. Uma parcela muito significativa do mundo fez uma opção pela paz e não aceita ser envolvida em conflitos impulsionados por nações estrangeiras. O Brasil rejeita a busca de hegemonias, antigas ou novas. Não é do nosso interesse viver em um mundo fraturado”, disse.

Vieira reiterou que o Brasil se preocupa com os repetidos fracassos em negociações de paz nas diversas regiões em conflitos pelo mundo, não apenas na Ucrânia e na Palestina. “O Brasil está profundamente preocupado com a situação internacional atual no tocante a paz e segurança. Segundo algumas estimativas, atingimos um número recorde de conflitos em andamento no mundo – mais de 170 –, enquanto as tensões geopolíticas também estão aumentando”, alertou o ministro.

Ele chamou a atenção para a importância da atuação histórica da diplomacia brasileira, sempre em favor de soluções para a construção de consensos e de respeito à autodeterminação dos povos. “O Brasil ocupa um lugar no mundo que nos permite discutir essas mesmas tensões internacionais em qualquer foro internacional”, afirmou.

Ouça o Boletim da Rádio PT:

“Nossas posições sobre os casos ora em discussão no G20, em particular a situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos foros apropriados, como o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia Geral da ONU”.

Acesse a íntegra do discurso de Vieira aqui.

Da Redação, com site do G20 Brasil