Os líderes do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri, Renan Santos e Rubens Nunes circularam neste sábado (16) pelas dependências da Câmara dos Deputados com credenciais irregulares. Eles burlaram a determinação da Casa, que restringiu a concessão de autorização para o acompanhamento do processo de discussão e votação do pedido de impeachment.
A Secretaria de Comunicação Social da Câmara separou o credenciamento dos profissionais que ficariam no plenário dos que circulariam pelo Salão Verde da Casa. Cada uma das 25 lideranças partidárias recebeu somente três crachás para distribuir entre os funcionários.
Movimentos sociais, profissionais da imprensa e até servidores que assessoram diretamente os deputados tiveram dificuldade na obtenção de crachás para trabalharem nos últimos dias na Câmara. Não foi o caso de Kim, Santos e Nunes, que caminhavam livremente por todas as dependências da Câmara. Repórteres do jornal “O Estado de S.Paulo” presenciaram Renan utilizando crachá de um servidor.
Os integrantes do MBL disseram que ingressaram na Câmara com autorização do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) e do líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), que confirmaram terem autorizado o acesso. Mas a autorização irregular foi questionada por deputados como Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), que denunciou o problema no plenário.
“Nem todos os servidores, mesmo os de carreira, ganharam os dois crachás necessários para entrar nesta Casa. No entanto, foi dada uma ordem pelo Departamento de Polícia Legislativa (DEPOL) para que liberem crachás para militantes, que estão aqui para constranger a democracia e vilipendiar o direito de quem é contrário ao impeachment”, afirmou.
A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) também questionou a entrega de credencial para os integrantes do MBL. “Cunha libera crachás de autoridades para o MBL, enquanto nem os servidores dos gabinetes podem circular na Casa. Qual o critério de autoridade para Cunha? Onde está a lista completa de “autoridades” liberadas pelo presidente e réu Eduardo Cunha?”, afirmou.
Cobrado pelo líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), o presidente da Casa, Eduardo Cunha, afirmou no plenário que as autorizações foram dadas por integrantes da Mesa Diretora, dentro da cota acordada com todos os líderes. Mas ante à cobrança por parte de outros deputados e servidores, a polícia legislativa acabou retirando Kim, Renan e Rubens das dependências da Câmara.
“Eduardo Cunha disse que a mesa distribuiu crachás para seus convidados. Para os golpistas, portas abertas. Essa Câmara não merece isto”, protesta a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estado de S.Paulo