As instituições democráticas começam a reagir aos retrocessos e constantes ataques de Bolsonaro ao nosso estado de direito. É muito bem-vinda e acertada a decisão do presidente do Senado, David Alcolumbre, de devolver ao governo a Medida Provisória 979/2020, que agredia a autonomia das universidades e dos institutos federais e permitia a nomeação de interventores como reitores, em uma cristalina agressão a preceitos consagrados pela nossa Constituição.
Também merece menção a atuação de oito partidos de oposição, PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT, Rede, PV e Cidadania, que ingressaram no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão imediata desta MP abusiva e autoritária. A derrota do autoritarismo de Bolsonaro é a vitória da democracia, da liberdade e da educação.
A defesa da nossa democracia exige esse tipo de ação, por isso, sempre que Bolsonaro tentar cruzar a linha estabelecida pelo estado democrático é imperativo que as instituições atuem, impondo a ele os limites da nossa Constituição. O próximo passo é que o presidente da Câmara dos Deputados coloque o impeachment de Bolsonaro na pauta, como resposta aos inúmeros crimes de responsabilidade já cometidos ele.
Com o impeachment na pauta, serão impulsionados ainda mais os protestos virtuais, os panelaços e os movimentos de rua da juventude, que devem seguir todos protocolos sanitários e de proteção da saúde e da vida. No pós-pandemia, toda essa indignação se transformará em um grande tsunami contra Bolsonaro, que tomará conta das ruas do país. Assim, venceremos esse governo obscurantista, terraplanista e que agride cotidianamente a democracia brasileira e suas instituições.
Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação e presidente da Fundação Perseu Abramo