O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, reafirmou nesta terça-feira (18) a necessidade de um novo modelo de definição dos juros no Brasil. Durante o seminário “Reconstrução de cidades e mudança climática: experiências internacionais e nacionais para o RS e o Brasil”, na sede do Banco, no Rio de Janeiro, ele destacou que o Brasil precisa de taxas compatíveis com as internacionais, especialmente com os atuais indicadores econômicos do país, “que são muito fortes”.
Mercadante foi enfático ao proclamar que os resultados da economia deixarão os pessimistas novamente perplexos: “o PIB cresceu ano passado 2,9%. E aí o mercado disse que se surpreendeu. Se surpreendeu que a inflação caiu. Se surpreendeu com a taxa de emprego. Se surpreendeu com o mercado de trabalho. Então, eu acho que vai ficar surpreso de novo.”
O presidente do BNDES também lembrou que o Brasil está com a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, com uma massa salarial real e poder de compra do salário em níveis históricos. E apontou que, com a economia e o mercado de trabalho em vigorosa recuperação, são necessários ajustes na política de juros.
É preciso mudar atual modelo
Sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nesta data (19), Mercadante não fez projeções, mas reiterou a necessidade de mudanças no atual modelo de juros. “Vamos aguardar a decisão e nós vamos continuar trabalhando para ter juros baixos, para a gente poder ganhar competitividade, que é o último fator que nós precisamos. Porque, com todas as melhorias macroeconômicas, nós temos a segunda taxa de juros real maior do planeta,” avaliou.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, defendeu igualmente a redução da Selic no evento CNN Talks, realizado na quarta-feira. “É evidente que o nível de juros, da taxa de juros básica no Brasil é restritivo e elevado e inibe não só a captação da caderneta de poupança como a própria concessão de crédito em diferentes modalidades,” criticou.
Ambos os economistas reiteram a urgência da adequação dos juros brasileiros, para fomentar o crescimento da economia nacional e a construção de um país mais inclusivo e justo.
Da Redação