Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que a política habitacional do governo federal tem fator multiplicador na economia brasileira. Prova disso é que quase metade dos subsídios investidos no Minha Casa, Minha Vida retornam aos cofres públicos.
De acordo com dados da Caixa Econômica Federal, fornecidos à FGV, desde 2009, o governo investiu R$ 68,7 bilhões em subsídios às famílias de baixa renda para compra de imóvel no programa, que, no mesmo período, gerou R$ 33,5 bilhões em impostos diretos e indiretos.
Criado em 2009, o Minha Casa, Minha Vida já entregou 2,04 milhões de residências. Os investimentos no projeto, entre públicos e privados, chegam a R$ 136,6 bilhões. Cálculos da FGV mostram que o Minha Casa, Minha Vida gerou renda extra de R$ 69,2 bilhões para o Brasil – valor considerado para cálculo do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o programa foi diretamente responsável pela criação de 1,2 milhão de empregos diretos.
De acordo com a coordenadora da área de construção da FGV, Ana Maria Castelo, o estudo serve para desmistificar o Minha Casa, Minha Vida e reafirmar a importância do projeto. Para ela, é fundamental que o Brasil continue a manter uma política permanente de habitação.
“Claro que o impacto principal é a questão social, mas o programa também traz outros inúmeros benefícios, pois gera emprego, renda e impostos”, explica Ana Maria.
Para ela, o programa precisa ser continuado, pois ainda há grandes desafios a serem cumpridos no setor habitacional brasileiro.
“O Minha Casa, Minha Vida é indiscutivelmente importante, mas ainda tem um legado importante. Há cerca de 700 mil obras em andamento no País e as necessidades dos brasileiros ainda são elevadas”, ressalta a coordenadora da FGV.
Ainda segundo a Fundação Getúlio Vargas, os valores relacionados ao programa habitacional tendem a aumentar, pois o levantamento não contempla 1,4 milhão de casas em construção, que receberam R$ 90 bilhões em investimentos. Quando concluídas, as habitações responderão por mais 1,7 milhão de novos postos de trabalho e R$ 20,3 bilhões de arrecadação em impostos.
História – O programa Minha Casa Minha Vida, criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 e mantido pela presidenta Dilma Rousseff, tem como principal meta reduzir o déficit habitacional no Brasil. De acordo com o governo federal, a falta de moradias é um dos problemas mais crônicos do País.
Na primeira etapa do programa, ainda durante o governo do ex-presidente Lula, foram construídas 1 milhão de moradias. A segunda etapa, tem como meta entregar 2,75 milhões de casas até o fim de 2014.
E uma nova fase do programa está a caminho. Anunciada pela presidenta Dilma Rousseff em julho deste ano, a terceira etapa irá chegar a três milhões de unidades habitacionais a partir de 2015.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias