Desde que Pezão, governador do Rio de Janeiro, foi preso em uma operação da Lava-Jato, os veículos da mídia hegemônica estão divulgando que todos os governadores do estado, desde 1998, foram presos. Eles apenas se esqueceram de Benedita da Silva (PT-RJ): mulher, negra e da favela.
Durante todo o seu governo, de abril a dezembro de 2002, Benedita sofreu com o racismo e o machismo. Não era incomum ser alvo de comentários preconceituosos sobre seu modo de falar. Textos sobre seu governo abordavam em tom de piada a sua origem humilde, quando trabalhou como empregada doméstica e lavadeira. Utilizaram o passado de Benedita para questionar sua capacidade de governar.
Enquanto ainda era deputada, foi a única parlamentar negra que ajudou a escrever a Constituição de 1998. Como governadora foi grande apoiadora dos direitos LGBT em uma época que não se falava muito sobre o assunto no Rio de Janeiro.
Sua história de luta pôde permitir que agora outras mulheres negras e pobres possam também percorrer por caminhos que ainda hoje são de difícil acesso a elas.
O Rio de Janeiro não teve todos os seus governadores presos, mas o racismo institucional não permitiu que a mídia se lembrasse da única governadora mulher e negra, Benedita da Silva.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações dos Jornalistas Livres