Nesta segunda-feira (12), quando o assassinato de Margarida Maria Alves – símbolo da maior ação feminina da América Latina – completa 36 anos, milhares de mulheres de todo Brasil e mais 26 países se encaminham à Brasília para participar da Marcha das Margaridas, que será realizada entre terça e quarta-feira (13 e 14). Todas elas levam em suas bagagens a força e a coragem para lutar por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência.
As caravanas começam a chegar na madrugada da terça-feira (13) no Pavilhão do Parque da Cidade. Às 9h, será realizada uma Sessão Solene no Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em homenagem as Margaridas. A partir das 14h serão realizadas atividades simultâneas no Pavilhão do Parque da Cidade: oficinas, plenárias, painéis, Mostra das Margaridas, rodas de conversa, lançamento de Cartilha, entre outras. A abertura oficial será às 19h, seguida de noite cultural.
A grande marcha será na quarta-feira (14). A concentração será a partir das 6h, no Pavilhão do Parque da Cidade, com saída prevista às 7h em direção à Esplanada dos Ministérios, onde será feito o encerramento por volta de 11h nas proximidades do Congresso Nacional.
Para as Margaridas, marchar em Brasília reúne grande valor político e simbólico. Em marcha, fazem ecoar a importância do trabalho exercido pelas mulheres, ainda invisibilizado, e afirmam a necessidade de um país que assegure ao seu povo direitos capazes de promover justiça social e igualdade, principalmente às mulheres e às populações negras, que vivem de forma mais intensa os efeitos das desigualdades, da fome e da violência.
“Diante da importância da Marcha das Margaridas, construída em seus 20 anos de história, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e organizações parceiras convidam todas e todos a estarem conosco, principalmente no dia 14 de agosto, em defesa dos direitos e dos interesses das mulheres do campo, da floresta e das águas”, convida Mazé Morais, secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas.
Conheça a história da Marcha das Margaridas
As margaridas ão as mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas que, em marcha, tecem suas experiências comuns de vida e luta. A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Líder sindical bastante influente, construiu uma trajetória sindical de luta pelo direito à terra, pela reforma agrária, por melhores condições de trabalho e contra as injustiças sociais e o analfabetismo.
No dia 12 de agosto de 1983, foi brutalmente assassinada na porta de sua casa. Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
A Marcha é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), suas 27 Federações e mais de 4 mil Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais filiados. A Marcha das Margaridas se constrói em parceria com 16 movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
Credenciamento de Imprensa
Os profissionais de imprensa que fizeram o credenciamento prévio poderão retirar os crachás durante todo o dia nesta terça-feira (13) na Entrada A do Pavilhão do Parque da Cidade. Quem ainda não fez, o sistema eletrônico de credenciamento já foi encerrado, mas será possível fazer no local, de forma manual, também na Entrada A do Pavilhão.
Por ascom da CONTAG / Marcha das Margaridas