Sessenta pessoas saíram da Vigília Lula Livre na tarde desta segunda-feira para panfletar no Centro de Curitiba e convidar a população a participar da comemoração do Dia do Trabalhador, amanhã na Praça Santos Andrade, em ato unificado das centrais sindicais. A panfletagem, que mobilizou quase 200 pessoas no Calçadão da XV, na Praça Rui Barbosa e no Terminal Guadalupe, foi uma oportunidade para conversar com as pessoas sobre o momento político brasileiro.
“Eu apoio totalmente o trabalho que vocês estão fazendo. Muitas pessoas vêem apenas o que está na grande mídia, não analisam e vão na onda”, disse Maicon Douglas Marcilio, que estava na XV trabalhando como voluntário na venda de alfajores para ajudar uma instituição que oferece tratamento contra vícios em drogas.
Maicon vê clara perseguição a Lula na atuação do Judiciário. “A Justiça fica em cima do Lula enquanto outros não são incomodados. Estão acabando com todo o trabalho que Lula fez”, afirma.
Não são todos que já perceberam a manipulação da mídia e do Judiciário para tirar Lula das eleições, mas ele tem quem o defenda também em Curitiba. “Outro dia tive que dizer para uma vizinha: vocês que reclamam bastante do Lula, por que não quebram o cartão do bolsa família?”, conta Maicon.
Quem está preocupada com o Bolsa Família é Neusa Tavares, indígena caingangue que está vendendo cestas artesanais no Calçadão. “Fiquei sem o Bolsa Família. Outras pessoas na aldeia também podem perder”, diz.
Neusa é de Nova Laranjeiras (PR). Normalmente os indígenas são avessos a conversas com desconhecidos, mas ela decide falar quando o assunto é Lula. “Quero ele solto. Ele tirou a gente da pobreza”, afirma.
O artista de rua argentino Cláudio Caio estava desenhando no chão da XV quando parou para receber o panfleto do Primeiro de Maio. “Sou contra o que estão fazendo ao Lula. Ele deu empregos ao povo”, disse.
A foto de Lula beijando uma senhora negra no panfleto inspirou Cláudio. “Vou reproduzir essa foto no meu trabalho. Vai ficar bom em preto e branco”, disse. Em segundos a idéia evoluiu. “Vou homenagear os brasileiros com meu trabalho no Dia do Trabalhador, desenhando Lula. Viva o Brasil”, entusiasmou-se.
O secretário de Formação do PT/PR, Anderson Fasolin, tem percebido uma receptividade crescente nas panfletagens em Curitiba. “Lembro que em 2013 estava bem mais difícil. Agora já mudou muito. Muita gente já caiu na real de que se não defendermos o legado de governos progressistas vai piorar para todo mundo”, afirma.
Por Luis Lomba, de Curitiba, para a Agência PT de Notícias