Partido dos Trabalhadores

Minas avança no projeto de liderar cadeia produtiva da energia solar

Pirapora, no norte do estado, terá uma das maiores usinas de energia solar do mundo

Ações simultâneas e paralelas acontecidas na última semana de agosto vão aos poucos sedimentando o ambiente para formalização da proposta de Minas Gerais para se transformar na liderança estadual e referência nacional da produção de energia solar no Brasil.

Ambas aconteceram fora das fronteiras mineiras, no vizinho estado de São Paulo, onde um leilão na BM&F Bovespa definiu no dia 28 de agosto a empresa vencedora do leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para produção de energias alternativas.

A espanhola Solatio Energia foi vencedora do lote da licitação que definiu a implantação, em Pirapora, cerca de 350 quilômetros ao norte de Belo Horizonte, às margens do rio São Francisco, de uma usina fotovoltaica com até 300 megawatts/hora (MWh, de capacidade instalada.

Ao mesmo tempo, no mesmo dia, uma comitiva de parlamentares estaduais mineiros apresentavam uma proposta de parceria para formalização de um acordo de cooperação com a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).

O acordo, discutido pelos membros da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa (ALMG) com a instituição que reúne investidores privados do setor, tem objetivo declarado: desenvolver em território mineiro todas as etapas da cadeia produtiva de geração de energia solar.

A proposta dos parlamentares prevê o aproveitamento da alta incidência de ensolação no estado, uma das mais efetivas do país, e dos recursos naturais que dão suporte ao desenvolvimento da cadeia produtiva: silício, vidro e alumínio. O Brasil tem duas vezes mais incidência solar que a Alemanha, um dos líderes mundiais no uso de energia fotovoltaica.

Medidas prontas – A comitiva tinha a oferecer medidas práticas, já formalizadas pelas autoridades do Executivo e do Legislativo do estado.

Em primeiro lugar, estudos da Companhia Energética (Cemig) que comprovam a grande capacidade de insolação e de qualificações locais para convergência das atividades da indústria fotovoltaica (de placas que captam a luz solar e a transformam em energia).

E, novidade recente, a lei (nº 21.715/2015) aprovada no mesmo mês, pela ALMG, para garantir maiores benefícios aos investidores no projeto fotovoltaico.

A legislação amplia o prazo de concessão de crédito de ICMS relativo à aquisição de energia solar produzida em Minas Gerais. Inicialmente com prazo de 10 anos, a concessão do crédito a partir de 2018 dobrou para 20 anos, limitados a R$ 25 milhões anuais.

A proposta prevê o aproveitamento da grande incidência solar no Brasil. Duas vezes maior que a da Alemanha, país com grande uso de energia fotovoltaica e dos recursos naturais (silício, vidro, alumínio) fundamentais para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias