Apesar dos inúmeros atrasos em obras e de envolvimento no cartel de trens de São Paulo, o trensalão tucano, o governador tucano Geraldo Alckmin perdoou dívidas de ao menos R$ 116 milhões da multinacional francesa Alstom.
Nesta terça-feira (26), matéria publicada pelo mesmo jornal informa que o promotor de Justiça Marcelo Milani investigará, com pedido de documentação, o acordo selado “em segredo” pelo governo tucano e a empresa francesa.
Antes disso, a promotoria havia recomendado a suspensão do contrato com a Alstom, mas Alckmin não acatou a sugestão.
“Não vejo sentido nesse acordo. O Metrô aplicou multas no limite máximo à Alstom em decorrência do contrato. Como agora perdoa essas multas?”, disse o promotor.
“Também não é razoável que um contrato essencial para o Metrô sofra um atraso de dez anos”, completou Milani, que afirma que o acordo é ilegal.
A empresa, envolvida em esquemas de cartel nas gestões tucanas em São Paulo, teve dívida perdoada e prazo para entrega de serviço de um sistema de controle prorrogado.
O atraso no contrato permitirá até 10 anos de atraso na entrega do sistema. A denúncia foi feita pela “Folha de S. Paulo” no último domingo (24).
História antiga
Segundo o jornal, o perdão da dívida foi acertado entre as partes em janeiro deste ano, período em que o Metrô passava por uma grave crise financeira. Os prejuízos para os cofres estaduais já chegam a mais de R$ 300 milhões.
O Controle de Trens Baseado em Comunicação (CTBC), como é conhecido o sistema, foi contratado em 2008, na gestão de José Serra, a um custo inicial de R$ 780 milhões, para melhorar a eficiência das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha. Pelo acordo original, a Alstom tinha até 2011 para entregar o produto, mas atualmente o serviço só está em funcionamento na linha verde.
A reportagem lembra que “as relações da Alstom com tucanos são investigadas desde 2008, quando surgiram indícios de que a multinacional francesa teria pago propina entre 1998 e 2003 para fechar contrato com estatais de energia, no governo de Mário Covas” e que “oito anos depois, o processo ainda não foi julgado”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “Folha de S. Paulo”