Partido dos Trabalhadores

Ministro recebe apoio de deputados do PT para aprovar Orçamento

Projeto de Lei do Orçamento Anual está no Congresso Nacional para avaliação dos parlamentares. Documento estabelece as despesas e as receitas que serão realizadas em 2016

Brasília- DF 01-09-2015 Ministro Nelson Barbosa reunido com a bancada do PT na câmara. (Foto: Lula Marques/Agência PT)

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, reuniu-se na terça-feira (1º) com a bancada do PT na Câmara para detalhar o Projeto de Lei do Orçamento Anual (PLOA). A proposta foi entregue ao Congresso no dia anterior, com déficit de R$ 30,5 bilhões.

Segundo o deputado federal Afonso Florence (PT-BA), apesar das críticas da oposição, o déficit apresentado “não acontece só no país”.

“Apresentar um orçamento com déficit não acontece só no País. Dos países do G20, o Brasil era um dos únicos que nunca haviam apresentado orçamento com déficit”, ressalta.

Florence reitera que a oposição defende “o quanto pior, melhor” e por isso, houve insatisfação com o orçamento apresentado pelo Executivo.

“A oposição queria que a presidenta Dilma não fizesse uma projeção realista da economia brasileira. Mas ela foi fiel a realidade econômica do país. Diante de um projeto de orçamento como este, a oposição foi surpreendida e ficou atônita com o desenrolar dos fatos. A oposição quer aproveitar a crise para agravar o quadro macroeconômico do país”, declara.

O saldo negativo corresponde a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Barbosa busca o diálogo com o Legislativo para garantir apoio na aprovação do projeto do Executivo.

Na proposta do governo há medidas que prevêem o aumento de impostos para algumas bebidas alcoólicas, como vinhos e destilados, e para equipamentos como celulares, smartfones e notebook.

No caso dos aparelhos eletrônicos, o governo precisou rever os benefícios fiscais do Programa de Inclusão Digital, que antes da proposta havia zerado as alíquotas de PIS/Cofins na venda desses produtos. A estimativa é arrecadar R$ 6,7 bilhões, no caso das bebidas quentes, a arrecadação deve ser de mais de R$ 1 bilhão.

O ministro afirmou que as ações são importantes para controlar os gastos e podem melhorar a “médio” ou “longo prazo” a situação financeira do governo.

A redução de gastos do governo para equilibrar as contas da União foi vista de maneira positiva entre os petistas.

“Estas modificações requerem medidas legislativas. O governo apresentou uma proposta de Orçamento, baseada na legislação vigente no que se refere a benefícios e programas sociais. Em paralelo, trabalhamos em proposta de reformas para controlar o crescimento do gasto e fazer com que deficit, no final seja menor e, o mais importante, que isto melhore o Orçamento no médio e longo prazo”, disse em entrevista à “Agência Brasil”.

Florence reforça que Barbosa explicou a necessidade de apoio aos vetos que serão submetidos ao Congresso Nacional, e esclareceu dúvidas sobre os impactos do projeto do orçamento.

“Barbosa, apresentou o PLOA de maneira clara e realista, detalhou a previsão de investimentos e gastos que preservam o PAC, o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família”, aponta.

O deputado federal Beto Faro (PT-PA) concorda que o orçamento com deficit enviado pelo Executivo “é uma realidade e que todos os setores devem colaborar”.

“Nós tivemos problemas na economia as perspectivas de receitas são menores. Vamos trabalhar com todos os setores e abrir um amplo debate sobre como aumentar a receita e diminuir a despesa”, disse Faro.

Ainda nesta terça-feira a oposição questionou PLOA e fez um pedido ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para devolver o projeto ao Executivo. Mas o senador já declarou à imprensa que “não cogita devolver a proposta orçamentária”.

“Eu vou conversar com a oposição, recolherei seus argumentos, mas desde eu digo que eu não cogito devolver a proposta orçamentária. Eu acho que é papel do Congresso Nacional melhorá-la, dar qualidade a ela. E cabe ao governo federal sugerir caminhos para a solução do déficit”,  afirmou.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias