O Partido dos Trabalhadores reitera a solidariedade à comunidade de Brumadinho, Minas Gerais, devastada após o rompimento da barragem de rejeitos, três anos após o rompimento da barragem da Samarco (Vale) no município de Mariana.
Cerca de 350 vidas humanas foram perdidas, além dos extensos danos ambientais e às comunidades indígenas, quilombolas e produtoras da região. Esses são os resultados do novo crime cometido neste ano pela segunda maior mineradora do mundo, privatizada no governo do PSDB, a Vale.
O que fica explícito nestes dois eventos é que não foi um acidente da natureza ou um desastre. Foi, sem dúvida, uma negligência criminosa da empresa. Não existe falta de tecnologia. A tragédia foi, na realidade, fruto de decisões políticas e econômicas.
As estruturas das barragens rompidas não eram consideradas seguras. Elas são as mais baratas para a Vale. Trata-se do método de construção dentro do processo a montante, cujos diques de alteamento são apoiados nos próprios rejeitos, previamente, depositados no reservatório. A Vale já sabia das resoluções dos órgãos ambientais que estas barragens deveriam ser descomissionadas e que deveriam migrar para tecnologia alternativa visando à descaracterização do barramento.
Outro fator criminoso foi o fato de serem construídas estruturas administrativas, inclusive o refeitório, em uma área considerada de alagamento caso houvesse rompimento da barragem. Houve o rompimento, o alagamento, e ali se perderam a maior parte das vítimas.
Foi, sem dúvida, negligência criminosa e a Vale tem que ser responsabilizada pela tragédia que se abateu sobre a comunidade de Brumadinho e adjacências. É inadmissível que a responsabilidade recaia sobre os trabalhadores e prestadores de serviços da empresa. A Vale tem tentando estabelecer responsabilizações individuais aos trabalhadores da empresa. Mais uma vez, a Vale tenta se isentar de sua responsabilidade criminosa.
O Partido dos Trabalhadores manifesta solidariedade às comunidades atingidas pelo crime da mineradora e o reforça seu compromisso na defesa dos direitos do povo brasileiro.
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores
São Paulo, 10 de fevereiro de 2019