O falecimento da prefeita petista de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, ocorreu na quinta-feira, 24, às 17h30, em Salvador, em decorrência de uma complicação da anemia falciforme, que evoluiu para embolia pulmonar. Graduada em Química pela UFBA, Rilza Valentim iniciou sua trajetória política como secretária municipal de educação em 1997. Era mãe de três filhos, Rafaela, Rodrigo e Raiana.
Em 2000 foi eleita pela primeira vez vereadora, sendo reeleita na eleição seguinte. Militante histórica na luta contra as injustiças, ela defendia a liberdade, a igualdade e o combate ao racismo.
Rilza faleceu com 51 anos, com um elevado índice de aprovação entre a população de São Francisco do Conde, onde cumpria o segundo mandato na cidade com maior renda per capita do País, fruto do imposto gerado pela Refinaria Landulpho Alves. Em 2008, a petista foi eleita com 96% dos votos válidos e reeleita, em 2012, com 75% da preferência popular, uma das melhores médias no cenário nacional. .
O falecimento repentino de Rilza pegou de surpresa o mundo político, em especial os companheiros do PT. Ela deixa um legado de grandes realizações e de desenvolvimento para sua cidade natal .
O governador Jaques Wagner se disse “triste e consternado” pela morte prematura da amiga. Ele a definiu como uma mulher de fibra que lutava por seus ideais e defendia com bravura o povo de sua terra.
Um dos últimos atos oficias da prefeita Rilza Valentin foi sancionar a Lei Municipal Nº 361/2014 que escolheu o dia 13 de maio como Dia das Religiões de Matriz Africana, com a data integrando o calendário de eventos e datas comemorativas do município.
A doença – A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, acometendo predominante indivíduos negros, mas pode manifestar-se também em brancos. A principal característica é alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice, de que se origina o nome falciforme. Os glóbulos endurecem e a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos fica prejudicada.
As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, porque não têm a maleabilidade da hemácia normal. A causa é uma mutação genética, que deforma os glóbulos vermelhos.
O portador da doença tem o gene alterado transmitido pelo pai e pela mãe. A transmissão apenas por um dos pais, gera filhos que têm o traço falciforme, que é passado aos descendentes, mas não provoca a doença.