Em seus trinta e sete anos de existência, a atuação internacional do Partido dos Trabalhadores buscou responder aos desafios de um mundo e de um país em transformação. Nos anos seguintes à sua fundação, nosso trabalho internacional esteve marcado pelas ações de solidariedade às lutas por libertação nacional e denúncia contra as violações de direitos humanos em vários países da América Latina e Caribe.
Com os resultados obtidos na eleição presidencial de 1989, o PT ganhou maior reconhecimento e projeção internacional e neste cenário a convocatória feita por Lula e Fidel Castro a partidos, movimentos e organizações de esquerda da América Latina e Caribe, cria , em julho de 1990, o Foro de São Paulo.
Os anos 1990, fortemente marcados pela crise dos países do chamado “socialismo real” e pela rápida expansão do neoliberalismo na América Latina, o PT consolida sua opção de trilhar caminhos próprios, a partir de relações internacionais plurais com vários setores de esquerda e democráticos, o que também reflete a própria diversidade constitutiva do PT.
Nos anos 1990 o PT se engajou no debate sobre a integração regional, contrapondo-se à orientação neoliberal pautada exclusivamente em acordos comerciais e, com a primeira eleição de Lula em 2002, a atuação internacional do PT ganhou novo desafio, incluindo dessa vez a tarefa de dar suporte à política externa brasileira e simultaneamente manter uma elaboração política própria.
O 6º Congresso Nacional do PT atualizou a elaboração de nossa política internacional adequando-a ao momento, particularmente na atual conjuntura nacional e internacional: uma política externa voltada para a realidade latino-americana e caribenha e ao mesmo tempo voltada para o mundo considerando nesta equação as políticas multilaterais, o comércio, a relação com outros continentes e o desenrolar de um mundo multipolar de fato.
I. Defesa de uma nova ordem internacional de caráter multilateral, fundamentada na paz entre os povos, ancorada no respeito ao direito internacional e comprometida com a solução de conflitos, com o respeito dos direitos humanos, com o combate às desigualdades e à pobreza e com o desenvolvimento ambientalmente sustentável. Neste sentido, o grupo dos BRICS é uma aliança estratégica que configura uma novidade de peso no cenário internacional. Ao PT caberá desenvolver estratégia própria de ação internacional em conjunto com partidos, movimentos sociais e sindicais que possam incidir sobre essa aliança.
II. Defesa de políticas ambientais mundiais que busquem uma relação harmoniosa entre os seres humanos e a natureza, bem como o incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias para uma economia sustentável.
III. Defesa de um amplo processo de integração regional econômica e social soberana, na perspectiva estratégica de desenvolvimento econômico e social de longo prazo da região latino- americana e caribenha, procurando a maior complementação entre os países e fortalecendo a nova institucionalidade regional como UNASUL e CELAC, além da democratização do Mercosul. Neste sentido, particularmente aqui em nosso país, é fundamental que nossas bancadas parlamentares federais se engajem na aprovação do projeto de lei das Eleições Diretas para os representantes brasileiros no Parlasul.
IV. Defesa dos processos democráticos da região latino-americana e ampliação da democracia com a adoção de mecanismos eleitorais que torne o voto o mais representativo possível e de instrumentos de democracia direta, bem como a democratização do poder judiciário e dos meios de comunicação.
V. Fortalecimento do Foro de São Paulo como principal espaço de articulação e expressão da esquerda latino-americana e fortalecimento da presença e atuação do partido na África.
VI. Aproximação com as alternativas de esquerda, no plano internacional, com capacidade real de mobilização e disputas de governos, buscando estabelecer agendas e planos comuns de ação.
Não menos importante, o 6º Congresso aprovou a realização, até o final de 2017, uma Conferência sobre o PT e as Relações Internacionais, com o objetivo de detalhar nossa atividade mundial, fortalecer o trabalho da Secretaria de Relações Internacionais e envolver o conjunto do partido nas iniciativas do setor. É importante ainda o envolvimento das secretarias setoriais na elaboração e participação na política internacional do PT.
Ainda no âmbito do 6º Congresso, a Fundação Perseu Abramo e a Secretaria de Relações Internacionais do PT realizaram a Conferência Internacional sobre “ Os Golpes de Novo Tipo na América Latina e o caso Lula”, com a participação de convidados internacionais como José Bayardi, da Frente Ampla do Uruguai, Pablo Colantuonno, jurista do Instituto de Política Constitucional da Academia Nacional de Ciências Morais e Políticas da Argentina, Emir Sader, sociólogo e intelectual brasileiro e os advogados brasileiros Cristiano Zanin e Valeska Teixeira (veja aqui).
Confira Lista de Delegados Internacionais presentes no 6º. Congresso do PT:
Dipuo Letsatsi-Duba | África do Sul | CNA |
Edna Molewa | África do Sul | CNA |
Lebohang Matshaba | África do Sul | CNA |
Ntshiki Mashimbye | África do Sul | CNA |
Lovedelia Maake | África do Sul | Embaixada |
Eva Methil | África do Sul | Embaixada |
Michael Mathebula | África do Sul | Embaixada |
Konstantin Woinoff | Alemanha | SPD |
Thomas Manz | Alemanha | FES – Brasil |
Fabio Floriano | Alemanha | FES – Brasil |
Dietmar Schulz | Alemanha | Die Linke |
Heinz Bierbaum | Alemanha | Die Linke |
Manuel Teodoro de Jesus Quarta | Angola | MPLA |
Beltrán Besada Romero | Argentina | Mov. Evita |
Andrés Bercum | Argentina | Descamisados |
Tomas Ottavis | Argentina | PJ |
Matías Ezequiel D’Adamo | Argentina | PC-CE |
Eduardo Di Pollina | Argentina | P.S. |
Pablo Angel Gutiérrez Colantuono | Argentina | Advogado, Congressista |
Maria Camila Vollenweider | Argentina | Instituto CELAG |
José Kinn Franco | Bolívia | Embaixada |
Jaime Gazmuri | Chile | Embaixada |
Carlos Monge | Chile | Embaixada |
Zhu Yue | China | Embaixada |
Wang Jie (Vítor) | China | PC |
Jaime Dussán | Colômbia | PDA |
Javier Aristobulo Calderón Castillo | Colômbia | Marcha Patriótica |
Marietta Toro Zuluaga | Colômbia | Marcha Patriótica |
Juan Pozo | Cuba | PC |
Jorge Schafik Handal | El Salvador | FMLN |
Susana Fuentes | Equador | Embaixada |
Luis Quiñonez | Equador | Embaixada |
Asier Altuna | Espanha | Sortu / Pais Vasco |
Florence Pozananski | França | Parti de Gauche |
Maurice Braud | França | P.S. |
Jean Jacques Kourliandsky | França | P.S. |
Tomas Napolitano | França | Embaixada |
Gael de Maisonneuve | França | Embaixada |
Laurent Péréa | França | PC |
Lorena Martínez | Nicarágua | FSLN |
Cinthia Mayorga | Nicarágua | FSLN |
Héctor B. Aleman E. | Panamá | PRD |
Rosa Rabiais | Portugal | PCP |
Martha Pérez | R Dominicana | M.I.U. |
José Oviedo | R Dominicana | PLD |
Francia Martinez | R Dominicana | PLD |
Francisco Luciano | R Dominicana | P. dos Trabalhadores Dom. |
Maximo De La Cruz Luciano | R Dominicana | P. dos Trabalhadores Dom. |
Mohamed Zrug | RASD | Frente Polisario |
Kim Chol Hak | RPDC | Partido do Trabalho da Coreia |
Myong Chol | RPDC | Partido do Trabalho da Coreia |
Pak Mun Song | RPDC | Partido do Trabalho da Coreia |
Teresa Carvalho | Suécia | SD |
Eduardo Mernies | Uruguai | FA |
Mónica Xavier | Uruguai | FA |
José Bayardi | Uruguai | FA |
Felix Carrillo | Venezuela | Embaixada |
Gerardo Delgado | Venezuela | Embaixada |
Javier Marin | Venezuela | Embaixada |
Do Ba Khoa | Vietnã | Embaixada |
Hans Aalbog | PIE | |
Giacomo Filibeck | PES |
Por Monica Valente, Secretária de Relações Internacionais do PT