Depois de 114 dias como preso político, Lula mantém a fé em um Brasil melhor no futuro próximo. O relato foi feito pela monja budista Coen Roshi, que nesta segunda-feira (30) fez um visita de apoio espiritual ao ex-presidente. “Ele me disse: acredito que o Brasil será melhor e agradeço profundamente às pessoas que estão fazendo a Vigília e que se mantêm junto comigo, porque isso é amor profundo e é desse amor que a gente vive”, contou.
Monja Coen recomendou a Lula que aproveite o período na Superintendência da Polícia Federal para se elevar espiritualmente. “Contei a ele dos padres do deserto, homens que fazem o voto de viverem sozinhos, em solidão e em silêncio, e que isso não é um castigo e pode ser tomado como uma oportunidade de crescimento espiritual”, disse.
Segundo a monja, Lula afirmou que está aceitando profundamente a difícil situação em que se encontra. “Ele me disse: estou ficando mais filósofo, mais manso, eu acalmo as pessoas que vêm falar comigo e estão com raiva e angústia, pois as coisas são como são e não são eternas, são transitórias”, afirmou.
A líder espiritual disse que tinha grande expectativa em relação à visita e que Lula está bem. “Há uma semana eu sabia que viria aqui hoje e tenho essa expectativa em mim, com alegria de encontrar o presidente e falar com ele e um pouco de tristeza, pelas circunstâncias do encontro”, contou.
O encontro com Lula foi bastante amoroso, relatou a monja budista. “Quando cheguei ele me abraçou e disse ‘seja bem vinda’. Depois ele me contou histórias de sua vida, me contou de como tem lido, como tem meditado, como acredita em algo maior que o conduz”, disse.
Depois da entrevista coletiva na saída da Polícia Federal, a monja foi até a Vigília, onde falou aos militantes que lutam por justiça e democracia. “Vi um homem de olhar amoroso e terno, escrevendo, lendo, trabalhando, fazendo exercícios e agradecendo a vocês”, afirmou.
Por Luis Lomba, de Curitiba para a redação da Agência PT de notícias