A agência de classificação de risco Moody’s afirmou que as medidas anunciadas na segunda-feira (14) pelo governo federal para cobrir o déficit orçamentário de 2016 são “positivas”. A Moody’s classificou os cortes de despesas realizados como “fundamentais” para o Brasil manter a nota para a dívida externa soberana dada pela agência, que é Baa3.
Em nota, publicada na terça-feira, o analista sênior da Moody’s, Mauro Leos, disse acreditar “que o plano do Brasil de adotar medidas estruturais que direcionam a rigidez orçamentária é um desenvolvimento positivo”.
Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), o posicionamento da Moody’s tem relação não só com o anúncio de segunda, mas com resultados de medidas de ajuste econômico votadas no primeiro semestre pelo parlamento.
“O que essa agência verifica é que o Brasil está fazendo os ajustes necessários para voltar a crescer num cenário internacional difícil”, avaliou.
“Estamos otimistas de que faremos essa travessia com segurança, afinal, temos políticas eficazes para superar esse momento de crise passageira”, concluiu.
O deputado federal Afonso Florence (PT-BA) acredita que os atores econômicos têm “muitos motivos” para construir expectativas positivas em relação ao cenário brasileiro.
“O governo e o País vêm colhendo os resultados do ajuste, que tendem a dar equilíbrio fiscal a médio prazo. Os resultados são contenção da inflação, dados positivos da balança comercial, que indicam a tendência de melhora na economia”, avaliou.
Com a colaboração do Congresso Nacional, o governo pretende reverter o déficit primário de R$ 30,5 bilhões da proposta orçamentária para o próximo ano e conseguir um superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
O impacto total das medidas será de R$ 64,9 bilhões, sendo R$ 26 bilhões em cortes e R$ 28,4 bilhões em ampliação da arrecadação.
O conjunto de medidas, para Leos, é equilibrado, por unir ações de cortes e de aumento de receita.
“Do ponto de vista da Moody’s, a proposta representa uma abordagem mais balanceada que as anteriores, que na maioria das vezes consistiam em medidas de controle de receitas. Essa proposta direciona o aumento persistente em despesas ao longo dos anos”.
Para a agência, as propostas indicam que o governo brasileiro está empenhado em demonstrar que “está no controle, tratando de forma proativa o quadro fiscal”.
De acordo com o deputado federal Givaldo Vieira (PT-ES), a sinalização da Moody’s estabiliza o mercado e o ânimo da economia. “Mostra que a presidenta Dilma Rousseff está tendo a coragem de tomar as decisões corretas”, elogiou.
“É preciso que este clima a favor do Brasil também seja absorvido dentro do País, por setores da oposição, lideranças empresariais, ela mídia”, disse. Givaldo criticou o atual “ânimo da disputa política pura e simples” por parte de opositores do governo.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias