O índice de mortalidade infantil voltou a aumentar no Brasil, após 25 anos de queda, desde 1990. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade de 2016 ficou em 14 óbitos infantis a cada mil nascimentos, um aumento próximo de 5% sobre o ano anterior.
Os números inéditos foram obtidos pela Folha de S. Paulo e indicam que para 2017, a previsão é que a taxa fique, no mínimo, em 13,6 (contra 13,3 de 2015).
Entre as causas, chama a atenção o aumento de 12%, entre 2015 e 2016, nas mortes de menores de cinco anos por diarreia (de 532 para 597). Mortes por diarreia estavam em queda desde 2013.
O Ministério da Saúde aponta a epidemia do vírus da zika e a crise econômica como responsáveis pelo crescimento. Já a Fundação Abrinq chama a atenção para o corte de verbas e contingenciamento de orçamentos de programas como o Bolsa Família e a Rede Cegonha, de apoio às mães na gestação e puerpério.
“Políticas de proteção social não podem sofrer cortes nem ajuste orçamentário para o equilíbrio das contas públicas. Isso impacta muito na sobrevivência das famílias pobres e extremamente pobres”, disse a gerente executiva da Fundação Abrinq, Denise Cesario, em entrevista a Folha.
Por Fórum